quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Serra Fumada

Acanthocybium solandri
Serra ou Djeu


Este é o nosso projecto.

Há dois anos que trabalhamos nele. Por uma ou outra razão ele caminha devagar. Uma vez é porque o contacto necessário só volta dali a uns dias, outra porque há uma vírgula que não está no sítio certo, outra porque o dinheiro é pouco quando é preciso e outras vezes porque nos falta pachorra para andar às voltas.

Contudo não temos perdido tempo. Vamos experimentando, aperfeiçoando e pensando nas coisas. Mas este é um projecto para se concretizar. Sem pressas.

O objectivo é a exportação sobretudo para o mercado da saudade , o maior mercado de Cabo Verde.

Além do indispensável aeroporto internacional, temos muitas outras condições e uma delas, excelente de resto, é que a serra só se dá bem neste paralelo e em boa quantidade. A qualidade depende naturalmente da forma como é capturada, conservada e tratada ou até como se poderá no futuro desenvolver em cativeiro.

Não tem sido fácil encontrar bons exemplares para defumar por não existir uma cultura de bem trabalhar e dirigir na classe dos mestres arrais ou do alto. Mas já foi pior.

Basofarias à parte este é um bom produto. Gostamos do que fazemos.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Livros




Um interessante livro que reúne muitos postais de Cabo Verde desde o início do século XX da colecção do próprio autor, João Loureiro. Com o patrocínio da Fundação de Macau com a primeira edição de 1998, encontra-se esgotado. Consta que está em preparação uma outra edição. É importante que ela se faça como contributo para que a memória possível não se apague. Um povo com pouca memória perde-se.

(clique nas imagens para as ampliar)





Vista Parcial da Praia - Editor: União Postal Universal - cerca de 1910


Rua Sá da Bandeira - Praia - Editor: União Postal Universal - cerca de 1910


Estabelecimento comercial - Praia - Editor: União Postal Universal - cerca de 1910



Tipo de Mulher - Santiago - Editor: Levy & Irmãos - Praia - cerca de 1915

Os carregadores

Ashaverus é um homem feito pés.
Sísifo é um homem feito costas.
Matusalém um homem feito máscaras.
Atlas, claro, um homem feito ombros.

Hoje – que falta de originalidade! –

Cada homem é um homem feito homem!


(Valentinous Velhinho)
Relâmpagos em Terra - 1995


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Morangos



Não são do Nordeste.
São de S. Domingos (Santiago)
Simplesmente divinais!

Dona, esse peixe é fresco?

É a pergunta que toda a gente faz quando compra peixe no mercado ou na rua.

Para qualquer peixeira o peixe está sempre muito fresco e é sempre o melhor peixe que está no mar. Rapidamente nos dão até uma receita culinária e nos contam uma história sobre a fama do peixe que vendem. Se nos atrevemos a referir a cor estranha que o peixe por vezes tem, com um rasgado sorriso a peixeira diz logo: isto é cá nada, é do gelo! E ainda se perguntarmos pelo gelo ela diz com convicção: o meu peixe não precisa de andar com gelo porque está fresco!

Não vale a pena o jogo é este, o peixe está à vista, compra quem quer e nem sempre nas peixarias se encontra melhor.

O melhor mesmo é saber comprar. Por isso há coisas importantes a ter em atenção:

1. Os olhos do peixe devem estar transparentes e salientes. Olhos baços e encovados é muito mau sinal.

2. Deve-se pressionar a pele do peixe com um dedo. Se a pele voltar ao normal o peixe é bom, se ficar uma covinha onde pressionamos o peixe não é fresco.

3. As guelras devem estar vermelhas e brilhantes, ao serem abertas, não devem ter um aspecto baboso.

4. A cor do peixe deve ser viva e o peixe deve estar escorregadio.

5. Se o peixe parecer com bom aspecto mas tiver a pupila dos olhos branca quer dizer que foi descongelado.

6. Chicharros, cavalas e outros peixes de pele branca se tiverem a barriga amarelada, são perigosos e têm um gosto desagradável.

7. Escolher o atum é mais difícil porque a maior parte das vezes já está partido, mas mesmo assim tem que ter um cheiro agradável e a carne consistente.

Claro que as peixeiras sabem às vezes dar-nos a volta. O melhor, é não fazer comentários e decidir em função da experiência que vamos adquirindo.

domingo, 25 de fevereiro de 2007



Se eu tivesse necessidade de ti, ilha, chamar-te-ia Terceira
Pico ou Corvo. A diferença abissal dos nomes corresponde
à diferença do fundo e da superfície. Poderia porventura
comer laranjas sentado num dorso de baleia? Reduzi
a imaginação aos contornos exactos da ilha vista de longe.
Aqui pus-me a pensar na insinceridade que é
falar das coisas que pertencem à profundidade do oceano.
Porque,
haverá alguma razão na coabitação dos corvos e gaivotas,
Mesmo provisória?
Não, digo. Os elementos estão segregados do seu campo; “ilha”
Funciona como imagem irredutível. Eis porque me abandonei
ao naufrágio. Eis porque os nomes não constituem tábuas
de salvação.
E finalmente eis o que de útil tem o poema.

(j. h. santos barros)

s.mateus outros lugares e nomes - 1980
poesia açoriana

Alguém falou em Energia Alternativa?


Purgueira.

A modernidade e o consumo fácil fizeram-nos esquecer esta prodigiosa planta.

Agora solitária, aqui e ali pelas achadas emerge sem que ninguém se importe por entre pedras ou onde houver um nico de terra. Nem as cabras gostam dela.

Já foi rainha nestas ilhas e as suas sementes viajavam para as metrópoles da indústria de óleos e sabões.

Hoje, nesta ilha, o seu óleo serve apenas como purga para algumas maleitas e incómodos do corpo.

Já é tempo, outra vez, de olhar para ela como uma rainha. A isso obriga a nova modernidade com as suas preocupações ambientais e sociais.

Cabo Verde depende muito do petróleo? Claro, como toda a gente, mas pode depender muito menos! É só querer e fazer, porque tem as condições ideias e a necessidade urgente de o fazer.

São poucos os recursos do País, mas sempre são alguns. É preciso agarrá-los com convicção.

Vamos conhecer melhor e descobrir esta rainha, a Purgueira.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Hoje pela manhã


Cavala, chicharro, corcovada. Vendia-se algum peixe fresco, mas muito já tinha estado congelado incluindo alguns atuns entre os 50 e os 80kg. Peixe de cabeça muito pouco, mas bom.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Livros


Um livro editado pela autora em 1998, Vanda Marques da Silva Monteiro, Bióloga, com a concepção gráfica de Valdemar Lopes e preparação, impressão e acabamento de M2-Artes Gráficas, Lda.
Com o patrocínio do Ministério do Mar, Gabinete do Secretário de Estado da Cultura.
Um bom trabalho e um excelente guia prático para quem "mexe" em peixe.

Lê-se na Introdução:

“Através da nossa actividade no domínio das pescas, ficamos convencidos da necessidade de um manual prático que permitisse a identificação das espécies desembarcadas mais frequentemente, pelo que, com intuito de satisfazer esse interesse do público relacionado com a pesca, dos amadores da história natural, dos investigadores e pessoas ligadas aos diversos graus de ensino, pensamos contribuir de algum modo com este trabalho.

A pesca em Cabo Verde é considerada como a base de sustentação de muitas famílias, contribuindo muito para a melhoria da dieta alimentar do povo e como fonte de divisas.

Seleccionamos, assim, 80 espécies, tendo em conta os peixes mais frequentemente desembarcados e com maior valor comercial em todo o país, os resultados das campanhas de investigação e a bibliografia disponível.

A sua descrição é simples e prática, acessível a todos os leitores que, de qualquer modo, se interessam pela fauna ictiológicas da região.

O principal objectivo é divulgar os nossos peixes e identificá-los, de modo a haver um intercâmbio de conhecimentos, não só com as pessoas que trabalham na área, mas também com entidades estrangeiras, seja qual for o interesse.

As fotografias, por si só, serão o melhor auxiliar para a identificação das espécies.

O nome científico indicado é o mais aceite nas bibliografias disponíveis, Os nomes vernáculos ingleses, espanhóis e franceses foram extraídos da nomenclatura adoptada pela FAO.

As espécies que apresentam gráficos de captura são as mais representativas nos desembarques, tanto em frequência e quantidade, como em valor económico. Entretanto, o gráfico não pretende mostrar as quantidades pescadas, mas, sim, a sua distribuição durante o ano”

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Saber não ocupa lugar.



Vamos aprender muitas coisas sobre peixes.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Nem um chicharro.


Ao fim da manhã, os barcos descansam no cais de pesca da Praia. Nem viva alma nem um chicharro. Descanso para todos que hoje é Festa grande da Família. Fartura e descanso que manhã é dia de rabida a vida de novo.

Bom Dia de Festa.

Hoje é dia de Cinzas. Quarta-feira de Cinzas. Dia de Festa grande nesta Ilha grande. É feriado, mas trabalha-se muito para que tudo esteja nos conformes e o almoço, a Festa, aconteça. Trodjida, peixe seco, mandioca, batata, couve, côco, xerém, cuscuz, mel, vinho e aquele grogue que faz assentar tudo na saudável preguiça de uma tarde cheia de Sol na cavaqueira familiar.

É uma bela Festa de Família. E de Paz também.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Haja saúde!

Começamos por desejar aos nossos clientes e amigos muita saúde, boa disposição e apetite no comer. As três recomendações que os mais velhos sempre referem como muito importantes para uma vida boa.

Como todos os blogues este também nasce da necessidade de comunicar.

Vamos falar do nosso restaurante, da restauração, culinária, projectos, ideias e de tudo o que nos parecer interessante divulgar.

Queremos igualmente registar presenças, acontecimentos e momentos importantes que assinalem prazer, convívio, amizade e fraternidade. O que de bom pode proporcionar o sagrado momento de uma refeição.

Haja saúde!