sábado, 31 de março de 2007

Bolos D. Amélia. Experimente Fazer. Vai Gostar.


Diz-se que aquando da visita da rainha D. Amélia à Ilha Terceira, se fizeram uns bolos que Sua Majestade gostou tanto que se decidiu dar a estes bolos o seu nome. (…)


Ingredientes

250 gr de Farinha de Milho
5 Ovos inteiros
4 Gemas
½ kg de Açúcar
1 c sobremesa de Canela
2 c sopa de Mel de Cana
225 gr de Manteiga Derretida
50 gr de Corintos
80 gr de Cidrão Cristalizado e picado (facultativo)



  1. Batem-se os ovos inteiros com o açúcar.
  2. Juntam-se as gemas, continuando a bater
  3. Do mesmo modo se junta a manteiga
  4. Mistura-se a seguir a farinha, a canela e o mel sempre mexendo. Por fim deitam-se na massa os corintos e o cidrão
  5. Em formas de pastéis, bem untadas, deita-se a mistura, e os bolos vão a cozer em forno médio, controlando.

(Cozinha Açoriana da autora Zita Lima)

sexta-feira, 30 de março de 2007

Energias Renováveis

Segundo a Lei nº 4/VII/2007, que aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2007, no Art. 54, "são isentas de direitos e demais imposições aduaneiras as importações de equipamentos e seus acessórios, em estado novo e moderno, de produção de energias renováveis, nomeadamente painéis solares, geradores eólicos e outros dispositivos de produção de energia baseados na utilização maciça de fontes de energia renovável, e que venha contribuir para melhoria da protecção ambiental, redução da dependência nacional dos produtos petrolíferos e para o incremento da utilização de fontes renováveis de energia”.
Uma medida de grande alcance e importância para o desenvolvimento económico do país. É preciso que o maior número possível de particulares e empresas comecem a produzir alguma energia e com isso baixe o esforço da Electra e se estabilizem o mais possível os preços, como também é necessário que a energia produzida em excesso por empresas e particulares em períodos de baixo consumo seja introduzida na rede e de alguma forma seja paga por isso. É a próxima medida legislativa que o governo terá que se empenhar, sem esquecer a necessidade de regular a implantação dessas estruturas para evitar a descaracterização da paisagem.
Além disso é necessário ter em conta que quanto mais energia limpa for produzida menos o país gasta a sua quota de emissões de CO2 o que equivale a dizer que a poderá vender a outros que estejam aflitos. Como diz o ditado, no poupar é que está o ganho.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Ricardo De Deus - Fragmentos



Quem disse que a música transcende o lugar e o tempo da sua invenção tem razão. Mas não terá razão se acrescentar que pertencerá a esse lugar, não faria sentido. Como poderia ser de outra forma se os sons são comuns e audíveis, como são, em todos os recantos do planeta? Apenas propostas é o que poderão ser e apenas manifestação da nossa vontade insaciável de dizer coisas. Reunir os sons é uma arte bem difícil mas própria dos humanos. Este trabalho foi criado e elaborado em Cabo Verde mas só enquanto se reuniram os sons. Depois… agora é do mundo.


quarta-feira, 28 de março de 2007

Livros

Todos os livros têm a virtude de nos modificar um pouco depois de lidos. Mas este tem uma virtude estranha: excita-nos a nossa própria memória para outras histórias longínquas e adormecidas. Uma prosa doce e por vezes comovente.

terça-feira, 27 de março de 2007

Carta de Cabo Verde

Apanhou-me esta coluna em plena missão do Banco Mundial em Cabo Verde. De há 25 anos que mantenho com este país uma relação amorosa ininterrupta. Vi-o a dar os primeiros passos. Num tempo de aventuras por vezes desastrosas por toda a África, Cabo Verde nasceu com um código genético diferente pautado pela prudência, pragmatismo e a vontade de vencer fomes e desgraças que caracterizaram o passado. Quando noutras latitudes se delapidavam recursos, generalizando a miséria de muitos em contraste com a riqueza crescente e chocante de uns poucos que ocuparam e patrimonializaram o Estado, em Cabo Verde fomos assistindo a uma melhoria consistente e sustentada das condições de vida de todos. Primeiro, a fome foi erradicada através de programas públicos que geraram emprego e, portanto, o nível mínimo de salários que garantia a subsistência alimentar. Depois, o desenvolvimento económico e social foi acontecendo.

Uma primeira lição recebi-a aqui em 1982, pela boca do então Ministro dos Transportes, Comandante Herculano Vieira. Um relatório que produzi mostrava o sucesso de Cabo Verde em relação à África do Oeste; ele gostou, que sim, que estava bem, mas porque não comparar Cabo Verde com a Islândia? Numa altura em que a globalização era ainda um vocábulo por inventar, ele já sabia que não chega ser melhor do que o vizinho. Se o país quer transformar eventuais vantagens comparativas em vantagens competitivas, tem de ser tão bom como os melhores. E é essa a principal imagem de marca de Cabo Verde.

Desde há 10 anos passei a integrar a equipa do Banco Mundial que faz o acompanhamento dos projectos de transportes e infraestruturas apoiados por aquela agência das Nações Unidas. Cabo Verde é hoje, para o BM, um caso de sucesso. O país soube conquistar o respeito do Banco devido à sua capacidade de definir estratégias, de saber discutir com técnicos internacionais por vezes viciados em procedimentos estandardizados e com falta de visão das especificidades do país onde operam, de gerir fundos de forma responsável. Soube ir transformando financiamentos em criação de postos de trabalho e em estruturas para o desenvolvimento. Cabo Verde é, presentemente, um dos países com maior apoio per capita do Banco Mundial, tendo-se transformado em verdadeira montra de exposição sobre o que os fundos da comunidade mundial podem fazer pelo desenvolvimento quando bem usados. Com o apoio do Banco foram feitas estradas, portos e aeroportos e, pelo menos tão importante como tudo o mais, foi criada uma estrutura de governância invejável, mesmo em relação a alguns padrões europeus. O Instituto de Estradas e o Fundo de Manutenção Rodoviária são um “case study” inspirador para muitos países. O desenvolvimento das telecomunicações e das tecnologias de informação são outros exemplos de sucesso. Em paralelo, o Estado de Direito foi-se consolidando, revendo profundamente todo o quadro legal e o sistema judicial, o que vem permitindo avançar para uma sociedade onde o crescimento da complexidade, que arrasta o aumento da conflitualidade, tem como expressão o primado da justiça.

Não é nada fácil assegurar o desenvolvimento económico e social num país arquipelágico. Nove ilhas habitadas exigem pelo menos 9 portos, nove aeroportos e uma dotação de estradas desproporcional. Do lado da energia, como disse alguém, se ela é um problema em qualquer país sem petróleo, numa ilha ela é um drama e num arquipélago é uma tragédia: são necessários recursos fabulosos para fazer chegar as infraestruturas económicas a toda a população dispersa e os critérios de avaliação económica usualmente utilizados falham redondamente. Como justificar economicamente um porto de 20 ou 30 milhões de dólares numa ilha de 5 mil habitantes?

Por outro lado, o próprio sucesso do país traduz-se em dificuldades financeiras acrescidas. O mecanismo é este: enquanto país muito pobre, tem acesso a financiamento concessional, isto é, com condições muito abaixo das prevalecentes no mercado. À medida que o nível de vida vai subindo – hoje o produto por habitante já ultrapassa a barreira dos 2.000 dólares por ano – os financiamentos concessionais vão desaparecendo e há que enfrentar mais serviço da dívida para o mesmo volume de recursos obtidos no mercado mundial. Esta é uma das contradições do sistema que acaba por premiar os menos eficientes.

De há uns anos a esta parte o turismo vem-se afirmando como o sector mais dinâmico da economia. Os investimentos internacionais têm-se sucedido, mudando rapidamente a face do país, mas criando também novos desafios. A energia e a água são talvez dos mais importantes: sem provisão abundante e fiável de energia e água não há turismo possível.

Este é um desafio que o país tem, portanto, de enfrentar. Com o crude a rondar os $70 por barril, quase quatro vezes superior ao preço de há pouco tempo, acabou-se a energia barata. O preço da electricidade, que aqui tem como fonte primária quase exclusiva o petróleo, não pode, por isso, ser baixo e a redução da factura energética só poderá ser conseguida através de políticas activas que promovam a utilização racional da energia (URE) e o recurso a outras fontes energéticas independentes do petróleo. Sol, vento, ondas do mar e geotermia estão por aqui ainda muito subaproveitados. Por isso me parece que esta deverá constituir uma área prioritária para a inovação e desenvolvimento do país.

As empresas portuguesas em África

Esta nota, que é uma interrogação, foi-me posta pelo chefe da equipa do Banco Mundial, velho amigo islandês com quem trabalho há longos anos. Perguntava-me ele por que razões nos concursos de obras públicas em muitos países africanos não aparecem empresas portuguesas. Respondi-lhe que os portugueses concentram-se muito no espaço lusófono porque sentem grandes dificuldades em penetrar em países francófonos ou anglófonos. Que não, disse-me ele. Pelo menos nos concursos para obras financiadas pelo BM ganha quem apresentar a melhor proposta, e este é o único critério. Senhores empresários: sabem que o Lesotho, a Libéria ou a Serra Leoa existem.

(Carlos Correia da Fonseca - Coluna do Director no Jornal Transportes Públicos, Mobilidade Inteligente, nº 7, Março 2007)

segunda-feira, 26 de março de 2007

Ei-las Divinais!

Não são isto ou aquilo nem parecidas. São caixinhas de Nª Senhora da Luz, Concelho de S. Domingos - Ilha de Santiago.


sábado, 24 de março de 2007

Paulino Vieira - Um Trabalho Carinhoso.

"(…)

Esse era o homem são. “O violeiro”.

O Homem que tocava viola – sem querer incomodar ninguém, e que quase só era merecedor de uma atenção isso aos olhos da multidão, quando o chefe da orquestra nesta caso “O Violinista”, mais conhecido por Rabequeiro, mandava parar o grupo, para chamar a atenção para o melhoramento das coisas, daí os acertos: a afinação, … a harmonia,... o ritmo, … enfim.

Ao escutar a afinação deste instrumento, qualquer mais insensível se apaziguava, dada meiguice da melodia transmitida pelas cordas duplas e contrastadas daquele que era conhecido como “Instrumento Vagabundo”.

Mas se tocássemos naquele instrumento da mesma forma como se toca o violão (dedilhado), poderíamos inconscientemente encontrar melodias muito interessantes!... E era o que se ouvia quando uma vez ou outra o Violeiro já agora, vendo-se livre das suas responsabilidades de acompanhador, dedilhava a sua viola que parecia trazer toda a solidão (…)

Mas faltava-me uma corda, neste caso uma corda dupla, para completar a minha viola, pois na realidade o que queria, já nessa altura, era um violão mais a braguesa reunidos num só instrumento, podendo uma hora ou outra encontrar o som da guitarra portuguesa mais a charanga, o triplo, o quatro, o som do banjo, o bandolim, tudo num só contexto. E para resolver esta questão nada mais nada menos que uma guitarra de doze cordas, podendo eu tocar a minha música camponesa.

Exactamente! Uma guitarra de doze cordas!"




Paulino Vieira - na sua aprendizagem. "É um trabalho carinhoso!... muito simples, mas carinhoso".

Produção, Edição e Arranjos do próprio Paulino Vieira.

Disponível aqui na Praia no Restaurante O Poeta (238)2613800 ou (238)9912203 Carlitos Veiga.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Mudar de Discurso.

Ontem, 22 de Março, foi o Dia Mundial da Água. Efeméride de grande importância para a humanidade porque sem água potável a espécie humana e muitas outras, ou melhor, quase todas que ainda restam, não sobreviverão. Foi um dia maior para todos os especialistas e pessoas atentas reflectirem, debaterem e até tomarem decisões importantes um pouco por todos os recantos do Planeta.

Em Cabo Verde também se pensou e falou sobre assunto e o discurso oficial para a fotografia repete todos os anos, a mesma recomendação seja qual for o projecto político de serviço: os caboverdianos têm que se habituar a poupar mais água.

Mas quem? A metade da população (mulheres e crianças) que se levanta da cama às 5 da manhã para comprar duas latas de água? Ou a outra metade que tem água uma vez por dia às vezes?

Parece-me que o discurso deveria ser outro nesse dia 22 de Março: os caboverdianos têm que se habituar a guardar água quando chove e chove bem pelo menos 3 ou quatro dias por ano.

Temos excelentes engenheiros, arquitectos e decisores e nem é preciso mudar de governo. Mudemos apenas de discurso.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Um Maravilhoso Gigante.


Uma lula gigante com mais de 500 kg pescada hoje na Nova Zelândia.
Um maravilhoso gigante. Ver notícia e outras fotos aqui no Yahoo News

Vamos ver o que diz a Wikipédia sobre lulas

O Nosso Planeta é Grande?



Interessante sequência de imagens que nos dá uma ideia do tamanho dos planetas do Sistema Solar quando comparados entre si e de algumas estrelas.
Veja as cinco imagens aqui.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Por Falar em Recursos

Este é o lugar de Baía de Nª Sra. Da Luz, Concelho de S. Domingos.

Este bivalve (Caixinha), espécie endémica, vive e reproduz-se aqui neste lugar em muita quantidade muito antes de chegarem os portugueses ou outros navegadores a esta enseada.

A seguir às chuvas reproduz-se também um camarão de sabor ímpar.
Este lugar está abandonado e esquecido mas não pelos negociantes de areia que têm destruído, com a indiferença ou desconhecimento do governo, tão rico património natural.

Ficamos incrédulos como se deixa destruir tanta riqueza no meio de tanta necessidade.
Não se compreende porque razão não são aproveitadas as excelentes condições naturais para o cultivo e exploração deste bivalve tornando-o uma óptima fonte de rendimento para a população local.
Não faltam biólogos competentes aqui e noutros países, não faltam condições naturais que valem muitos milhões de contos, não faltam pessoas para safar da pobreza, não falta mercado de restauração e turismo, não faltam pessoas para decidir. O que falta então? Como sempre, vontade política e talvez um pouco mais de amor à terra.



terça-feira, 20 de março de 2007

Li Jie - Sunburst (York)

Feliz terça-feira

segunda-feira, 19 de março de 2007

Razões Que a Razão Desconhece.

(Vila Porto Inglês - Ilha do Maio)
A Semana on-line desta segunda-feira cita um articulista, Gilchrist, do site britânico Everyinvestor.co.uk onde o homem arrola “uma montanha de razões para não investir em Cabo Verde”. O conselheiro apresenta “razões de peso” como o vento, o grogue que é mais letal do que o rum e a água desanasalizada que não é como a outra para depois delirar com possíveis crimes em série, no futuro, contra turistas ricos feitos por caboverdianos pobres e do degelo das calotes polares que poderá engolir parte deste país. Fica-se curioso porque talvez ele já deva saber os lugares onde a água não subirá 5 metros ou que não faça vento e que serão óptimos para investir. Segredos do ofício.

Célula Combustível

(Automóveis da Toyota com célula combustível - Wikipédia)


(…)

Os passos decisivos que faltam.
Mas no mundo do automóvel ainda não se deram os passos decisivos. As motorizações seja do diesel, seja da gasolina, têm um fraquíssimo aproveitamento energético, pouco superior aos primeiros motores da Ford do início do século XX. Por outro lado pese embora alguns melhoramentos em termos de redução de emissões específicas, a massificação do uso do automóvel vem contribuindo decisivamente para a explosão das emissões de CO2.

Contudo, alguns sinais são visíveis no mercado que apontam para alterações profundas que a maior ou menor prazo irão revolucionar o mundo dos transportes. As grandes construtoras norte-americanas do mundo automóvel registaram, em 2006, prejuízos record que se contam por milhares de milhões de dólares. Em contrapartida, os japoneses, com os seus veículos de baixo consumo e com a colocação no mercado dos veículos híbridos (que usam electricidade em complemento do motor de explosão) mostram-se radiosos de lucros e perspectivas. De tal forma que a própria indústria norte-americana está a investir recursos astronómicos na investigação de novas soluções que a salvem de uma falência catastrófica. O segredo chama-se célula combustível.

Célula Combustível.

A Célula Combustível é como uma bateria, mas que converte a energia química de um combustível (o hidrogénio) em electricidade. Ou seja, e ao contrário de uma bateria normal, enquanto lhe for fornecido o hidrogénio, ela não se esgota, gerando permanentemente electricidade. O princípio é simples e já foi testado, nomeadamente em naves espaciais da NASA: como nas baterias, um ânodo, um cátodo e um líquido electrólito entre eles. O hidrogénio é injectado no ânodo, onde ocorre uma reacção que “parte” o átomo, separando o protão do electrão. Este, uma vez liberto, entre no circuito eléctrico do motor, enquanto os protões se deslocam para o cátodo através do electrólito. Os electrões ao retornarem ao cátodo, reagem com os protões e o oxigénio, criando água. Ou seja, a reacção produz energia eléctrica, calor e água destilada. Energia eléctrica que, por sua vez, se vai transformar em movimento e pôr o veículo em marcha, sem ruído e sem qualquer poluição. E esta máquina maravilhosa não é ficção científica, é já realidade e poderá estar no consumidor a um prazo razoável mais depressa do que muitos analistas têm afirmado. A Daimler-Benz tem um programa de 350 milhões de dólares para produzir 100 mil carros com células combustíveis até final da década. A Ford associou-se a este programa, elevando o nível de investimento a mil milhões de dólares. A GM espera ter os seus modelos no mercado também até 2010 e a Toyota também os quer ter a circular na corrente década. E é um descendente de Henry Ford, presidente da Ford Motor Company que afirmou acreditar “que as células combustíveis acabarão com o reinado de 100 anos de motor de combustão interna”. (…)

(Revolução Energética – Carlos Correia da Fonseca - Coluna do Director no Jornal Transporte Público, Mobilidade Inteligente, nº 6, Fevereiro 2007)

domingo, 18 de março de 2007

Açores


Galeria de Fotos de Paulo Rica - 9 Ilhas, 9 Fotos + 1
Vamos ver

sexta-feira, 16 de março de 2007

Manuela Jardim


(clique nas imagens para as ampliar)

“Manuela Jardim nasceu em Bolama, Guiné, em 1949.

Licenciada em escultura pela Escola superior de Belas Artes de Lisboa, em 1975. Frequentou os cursos de gravura, têxteis e decoração da Fundação Ricardo Espírito Santo e serigrafia no Institut National D’Eduction Populaire de Paris.

De 1984 a 1989 exerceu funções de técnica de artes plásticas no FAOJ, sendo autora de vários cartazes de divulgação cultural daquele organismo. Integrou a equipa de representação de Portugal na Bienal dos Artistas dos países do Mediterrâneo, na Grécia em 1986 e na França em 1990.


É autora de dois selos e um bloco filatélico comemorativo da visita de sua santidade o Papa João Paulo II à Guiné em 1990, da serigrafia comemorativa do Centenário do Aquário Vasco da Gama em 1998 e do quadro que serviu de divulgação ao Colóquio “Océan: archipel d’archipels” do Instituto Franco-Portugais em 1999.”.

Esta é a apresentação feita no excelente catálogo publicado pela Verney – livraria.galeria municipal da Câmara Municipal de Oeiras em 2006 por ocasião da exposição colectiva que integrou obras da Pintora, de Luís Vasconcelos (fotografia), Pedro Cunha (fotografia) e Germano Almeida (literatura).

Sublinho o último parágrafo da introdução à exposição assinada por Francisco Fragoso: “ (…) Com efeito, todas as experiências arvoram uma profunda preocupação pelos processos estéticos e expressivos, advindo daí como corolário lógico uma imensa necessidade de investigar a própria linguagem, pois que ser artista é sinónimo de criação e edificação de novos horizontes e novas perspectivas à própria realidade… em suma e, acima de tudo, é a mensagem de um poético chamamento, pleno de virtuosismo, conducente ao fortalecimento entre a vida e a arte.”

Para uma outra exposição intitulada Mar de Afectos feita mais tarde no Convento de S. José, Nelson Eurico Cabral testemunhou escrevendo: “ (…) A insularidade está intimamente ligada à obra de M. Jardim (…); a sua infância foi habitada por velas que chegam e outras que partem. Só que um dia uma delas partiu e nunca chegou. O mar de afectos é também memória da dor insular no mar das esperanças.”.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Bacalhau

Desde o século XV que este saboroso peixe salgado seco acompanha os portugueses por onde passam. Já foi o prato dos pobres em Portugal e um dos símbolos económicos do Salazarismo que talvez por isso lhe chamava “o fiel amigo”. Agora é um produto caro mas nem por isso pouco procurado. Um restaurante que se preze inclui sempre com alguma importância uma ou duas receitas de bacalhau na sua ementa e a sua presença é quase obrigatória na ceia de Natal ou em festas de pompa e circunstância por toda a lusofonia. Uma vez por semana, à quinta-feira, o bacalhau é o nosso prato do dia. Vamos conhecer melhor este extraordinário peixe.




quarta-feira, 14 de março de 2007

Caçadores da amizade


Podem falhar alguns tiros às galinhas do mato mas o convívio não falha e com ele a amizade. Conversas, histórias, apetites e sabores diferentes. Tem sido assim enquanto não se acabam as estradas que nos aproximam melhor e com mais segurança. Quando tudo estiver pronto e as ferramentas estiverem arrumadas será a hora de partir mas ficarão boas recordações e a saudade que não parte nunca.



terça-feira, 13 de março de 2007

Cais de Pesca da Praia - Os 8 Pecados Mortais.


  1. O recinto de descarga e venda do peixe não tem ligação, ou qualquer acesso aos frigoríficos.
  2. Não existe uma zona própria só para a descarga e controlo do pescado.
  3. Os barcos permanecem encostados na zona de descarga por tempo indeterminado, muitas vezes com peixe no porão à espera de melhor preço.
  4. Ninguém regista o peso do pescado capturado, as espécies, as dimensões e outros dados muito importantes para a análise científica dos recursos marinhos.
  5. O recinto não é totalmente coberto.
  6. Cada um esviscera peixe onde bem lhe apetece.
  7. A água utilizada é imprópria e por vezes conspurcada.
  8. Apesar da saúde pública também morar aqui, não são exigidos boletins de sanidade a quem vende ou manuseia o pescado, nem inspecções sanitárias acompanhadas de polícia, nem é feito qualquer tipo de controlo sanitário. Este local está abandonado pela Delegacia de Saúde.

Pensar numa Lota (electrónica e tudo) é bom, mas antes temos muito que pensar e fazer. Inaugurar estruturas é muito fácil. Difícil, muito difícil, é mantê-las a funcionar com regras e com alguém que preste contas e responda por elas.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Livros

Cozinha de Cabo Verde

Um livro da autoria da D. Maria de Lourdes Soromenho Ribeiro de Almeida Chantre, 3ª edição de 1993 da Editorial Presença e com prefácio de António Aurélio Gonçalves é uma compilação de receitas culinárias feita com paciência e conhecimento. Indispensável em qualquer cozinha.

No capítulo que refere depoimentos de muitas pessoas sobre o livro podemos ler este:

“Penso que este trabalho, para além de ser pioneiro no que diz respeito ao estudo do sistema culinário caboverdiano, constitui uma excelente recolha de receitas que era necessário cotejar e publicar. Será um livro de consulta para os amantes de boa cozinha, não só para “gourmands” mas também e particularmente para “gourmets”.
Não há duvidas que um livro de receitas de cozinha satisfaz qualquer um. Lá diz o velho ditado:”quem não come, a sua cara estraga”, o que não acontece com os apreciadores da boa mesa que se instalam bem na máxima popular:”quem bem come e bem digere, velho morre”.
Efectivamente, a cozinha, como actividade humana fundamental, toca muito de perto o erótico, sem deixar de ser ao mesmo tempo, natureza e cultura.
Daí o povo ter razão quando diz: “ sem beber e sem comer não há prazer”.
Assim aconselho o leitor a não perder tempo: consulte este livro e comece já a aplicar as receitas que Lourdes Chantre tão bem seleccionou.”
Mesquitela Lima.”

domingo, 11 de março de 2007

Adeus


Imagino
o cais do adeus
céu branco
da despedida

Olha
tanta coisa a boiar
nesse mar inventado
da despedida

Digo adeus
tomo outra parte
de mim


Rui Duarte Rodrigues
(com segredos e silêncios - 1994 - IAC)

sábado, 10 de março de 2007

Mar Azul

Alimento e remédio


A beringela é um óptimo fruto para a alimentação mas também é usado para fazer baixar o nível do colesterol.

Importada ou cultivada cá em Santiago não é difícil de encontrar nas lojas ou no mercado. Não temos o hábito consumir este fruto com frequência mas há hábitos bons de adquirir. Este é um deles. Vamos saber mais sobre a beringela.


sexta-feira, 9 de março de 2007

Sempre Bem Vindos



Um abraço do Douro

"Amigos

Após a nossa chegada a casa desfolha-se o diário e relembramos pequenos "grandes" momentos da nossa estadia em Cabo Verde. Sinto-me salvo pelo facto de encontrar na vossa casa uma gastronomia muito boa e sempre bem apaladada. Quem nos trás mais saudade são as pessoas que conhecemos e que gostariamos de conhecer ainda mais, mas vale a memória que trazemos connosco.

Envio algumas fotos para partilharem e caso entendam podem até colocar no vosso blog.
Já 'gora pra mim vai ser uma bela dose de Bacalhau Panado....;)
Sem outro assunto subscrevo-me. Atentamente Miguel de Sousa Director Comercial
http://www.romarigovinhos.com/
msousa@romarigovinhos.com

Ps: Nunca mais me esqueço da vossa Feijoada de Marisco....divinal

para um bom garfo como eu. "


quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia Internacional da Mulher

Três perguntas:
  1. Quantas mulheres adultas e crianças cabo-verdianas acartam água à cabeça?
  2. Quantas horas diárias são gastas por todas elas nesse esforço?
  3. Que significado tem a palavra dignidade? ou a palavra desenvolvimento?

Piro grafia

Victor Melo, ou Victor ou simplesmente Neney para os amigos e familiares, domina bem a arte da piro grafia em pele. O seu trabalho não é apenas decorativo mas também documental o que exige considerável rigor no detalhe. O traço e o pormenor, precisos, demonstram segurança e domínio da técnica piro gráfica. No meio que o rodeia e na história destas ilhas vai encontrando a inspiração que decompõe, dando-lhe forma durante horas e dias em tonalidades e acentos que nos lembram memórias que não queremos perder.

Não é difícil encontrá-lo neney11@hotmail.com e quando isso acontece… encontramos um amigo.


quarta-feira, 7 de março de 2007

Não foi possível.

Hoje não foi possível, a tempo e horas, actualizar o blog.
Mas agora, depois de uma intervenção técnica da cvtelecom, vamos a ver.
Parece que ficou melhor.

terça-feira, 6 de março de 2007

Navegar não é preciso.

Se há assunto que os governos gostam pouco de discutir este é um deles, as pescas.

Sobrepõem-se interesses, alguns muito antigos, num sector da economia condenado neste século a mudanças de 360º. Muito se inventou, desde cooperativas e apoios até encontros internacionais mas a coisa nunca deu certa.

Esta questão é política mas não tem cor partidária nem é exclusiva de Cabo Verde.

Os recursos marinhos estão a diminuir. A razão é simples, não se vê nem se sabe a quantidade de vida que realmente existe no oceano. Calcula-se, mas com muito pouco rigor. E, se tiramos sem repor… um dia acaba.

A ideia do bravo pescador chegou ao fim. Como chegou ao fim, há muito tempo a ideia do bravo caçador.

Hoje ninguém no seu juízo caça vacas, porcos, galinhas e tantos outros animais para se alimentar.

Hoje alguém com juízo tem que pensar em reproduzir e criar os peixes. Este é que vai ser o futuro e o sustento das gerações vindouras.

Os responsáveis e entendidos nas pescas fazem do assunto quase um tabu. Em inúmeros encontros, reuniões e discursos sobre pescas passam a lado da solução fundamental: mudar tudo!

Um barco de pesca, ou uma frota de pesca é muito cara e dispendiosa de manter, equipar, renovar e sobretudo pagar.

O que vem à rede é peixe, ou, nem tudo o que vem à rede é peixe e então joga-se fora. Uma atitude ultrapassada e displicente para com a natureza.

Todos os anos morrem pescadores com o pesar de todos mas sem grande indignação geral.

E por aí fora.

Cabo Verde tem mais de 1.000 km lineares de costa. É uma extensão maior do que a costa continental portuguesa, por exemplo. Ao contrário do que cantam alguns poetas, Cabo Verde não é “um torrãozinho perdido na mei di mar”. É um país com alguns recursos importantes e em alguns aspectos privilegiado.

Pescar não é a solução. A solução é investigar, reproduzir espécies adaptáveis ao desenvolvimento em cativeiro, criar peixes, exportar e ocupar um lugar importante no comércio internacional retirando da pobreza centenas de pescadores. Com um forte crescimento, a produção em cativeiro ocupa hoje 10% do consumo mundial de pescado.

Tanta costa, tanto mar! Não acabará de certo a pesca, como não desapareceu a caça. Mas a pesca tal como se faz hoje não tem sentido.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Mensageira di espaço!


Jorgen Blom,
Stockholm, Sweden
Mar. 4, 2007


Mais fotos

O costume.

Que fim-de-semana!

Nem DSL, nem ZAP por largos períodos de tempo, nem explicações.
Rápidas melhoras. Sim, porque faz falta e já cansa.

domingo, 4 de março de 2007

Livros.


Moluscos Marinhos da Ilha de S. Vicente

Dos autores A. Guerreiro e F. Reiner, este livro foi editado pela Câmara Municipal de Oeiras em 2000. Uma homenagem ao Geólogo Octávio da Veiga Ferreira que foi professor da cadeira de Pré-história na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Com um prefácio do próprio Presidente da Câmara de Oeiras, é um importante trabalho de recolha e classificação de moluscos com uma ilustração primorosa. Um trabalho de mestres.



Na primeira referência às missões científicas lê-se:

“O primeiro colector de moluscos marinhos em Cabo Verde foi o naturalista inglês T.E. Bowich (1791-1824). Durante uma viagem a África fez uma paragem na Boa Vista em Novembro de 1823, período durante o qual efectuou recolha de alguns moluscos marinhos. Num trabalho editado depois da sua morte, descreve 54 espécies de gastrópodes marinhos e alguns bivalves.”.