domingo, 31 de agosto de 2008

O Troco

( Praia Negra, hoje)

É com toda a naturalidade (e direito) que os pobres consomem. Como é com toda a naturalidade (e direito adquirido) que sujam, poluem e defecam onde bem entendem, por regra à frente da porta.

O mar dá o troco que pode, para que, os que se envergonham paguem a despesa.

Se nesta olimpíada de preservar o ambiente, o arremesso de lixo não der prisão efectiva mesmo que seja por um só dia e os Tribunais não condenarem os governos por falta de trato e aproveitamento económico do lixo, o que é afinal a cultura cabo-verdiana?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Falar Claro.

Para além dos limites. Que também foi aturar a "menina do atlântico", "o Japão d'Africa", "a Praia digital", "Praia candidata a património mundial", "a maior árvore de natal de África" e tanta idiotice que transformou em desastre uma excelente equipa de trabalho inicial. Pelo menos agora temos um discurso sobre a Cidade. Oxalá que este seja o mote para que, em política, se deixe de falar debaixo de água. A mudança compensa.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sobressalto.


Milhares de pessoas não pregaram olho toda noite. Permanente sobressalto para as que construíram nas linhas de água.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Outra Vez?

Asfaltar! Asfaltar! E na vertigem dessa cosmética, dezenas de árvores foram abatidas para não atrapalhar as máquinas e a vista. Foi o espectáculo antes e é o espectáculo hoje. Por certo no próximo ano, por esta altura, haverá mais espectáculo para que a notícia aconteça e dê que fazer a jornais e televisões, de preferência com muitos estragos e perigos.
Nem o tranquilo Ministério do Ambiente parece alguma vez ter questionado o caminho da água da chuva. Estudos de impacto ambiental? Para obras promovidas pelo Governo não é preciso. Isso é para os outros. Neste caso não há que saber, a água corre sempre para o mar e não faz falta. Pelo menos enquanto a cooperação internacional for generosa para com os que se dizem pobres e sem recursos naturais.

domingo, 24 de agosto de 2008

Makaira nigricans

Espadarte defumado (este tinha 125 kg, o bote que o pescou tem 4 m, o animal veio a reboque) - Porto Mosquito promete!

sábado, 23 de agosto de 2008

Kultura.

Se não podemos evitar manifestações de mediocridade o mesmo não se poderá dizer da utilização abusiva de crianças nalguns circos de Kultura. 3º Mundo, não obrigado!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Em Guarda!

O Edil da Praia desembainhou a espada por uma solução para a habitação na Capital. Também é, sem dúvida, defender a honra da Cidade. Com a Audição Técnica sobre as Construções Clandestinas de ontem está aberta a difícil luta contra a poderosa pobreza que, a deixar-se de rédea solta, acabaria em breve por engolir a Cidade e impor a barbárie à cidadania. Eu já referi aqui a importância da coragem que será preciso ter para enfrentar este que é de longe o maior de todos os problemas da Cidade. É aqui que se cozinha a pobreza, a violência, a doença e a degradação da democracia. Estancar para já este bicho informe, sem cor nem vida é um acto de nobreza. Que o Edil e o seu grupo de forcados não se deixem impressionar com gritos, berros e pedradas. A Cidade agradece e saberá reconhecer o tributo dos seus filhos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sons Muito Antigos.



Milhões de seres humanos passaram por estes sons. Também eu. Estes sons irão com certeza fazer parte da nossa bagagem quando, por fim, desembarcarmos nos infindáveis portos que nos esperam por toda a galáxia. A sério!
(obrigado Duarte Moniz)

domingo, 17 de agosto de 2008

A Propósito Dos Defesos

Num destes dias um pescador tocou num assunto interessante. Por acaso alguém ouviu alguma vez ter sido noticiada a apreensão de um barco estrangeiro que estivesse a pescar ilegalmente em águas nacionais? E não é preciso que estivesse longe da vista. Nunca, never jamais. Os pescadores vêm. Só não vê quem legisla sobre defesos e recursos haliêuticos no fresco dos gabinetes. Percebe-se, o pessoal não está para chatices nem ondas com espanhóis, portugueses, chineses ou outros quaisquer. A dependência é grande e a independência q.b.
Basta obrigar os de casa para ficarem com a sensação de dever cumprido. Não só ficam como cantam loas. Assim é fácil mas não é eficiente.

sábado, 16 de agosto de 2008

O Mundo Pela Proa

Boa Viagem

Choveu muito (mais uma vez) toda a noite. Milhões de litros de água que apenas servem para inspirar poetas e cantores quando não cai. Mas quando o céu a oferece o País não se importa e deixa que ela corra veloz para o mar. Este ano a água da chuva ganhou mais velocidade sobre o eficiente alcatrão. Boa viagem até ao mar e desculpa a pouca importância que te dão! Também eu não sei o que querem dizer os governantes quando falam em "luta contra a desertificação".

domingo, 10 de agosto de 2008

Porto Mosquito

Fim de semana tranquilo.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os Primeiros Passos.

Escolinha de Basquetebol no Bairro Craveiro Lopes. Alguém será campeão ou campeã um dia? Talvez. Daqui por dez anos saberemos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Festa Dos Amiguinhos

Fomos nós casanova que tivemos a ideia e propusemos à Câmara do Comércio de Sotavento a participação de Cabo Verde nessa feira gastronómica, porque muito gostaríamos de participar não só porque sabemos cozinhar mas também porque nasci naqueles ilhéus. Mas os senhores dótores da referida Câmara e da utilitária Cabo Verde Investimentos resolveram que a ideia era boa para os amiguinhos. O costume e à portuguesa.
Bom proveito.

domingo, 3 de agosto de 2008

Férias Na casanova.

Começaram hoje. Doces e merecidas!

Todas passaram na prova do quatro, mais ou menos, claro. Posso testemunhar.
Boas Férias!!!!!!!

Uma Manhã De Luz

Conjugação perfeita. No horizonte a Ilha do Fogo.

sábado, 2 de agosto de 2008

Porque Sim. Mas Como?

Todas as questões relacionadas com a salvaguarda dos recursos haliêuticos têm sido, na minha opinião, acompanhadas de informação duvidosa.
O INDP tem divulgado nestes dias por diversos órgãos de comunicação social um texto interessante. Um texto que é bem o espelho da chamada “investigação” em Cabo Verde naquilo que tem a ver com o mar.
Basta ler as “gordas” para se perceber que há qualquer coisa que não bate certo. Se apenas 20% da captura de cavala é artesanal, dizem, que impacto isso poderá ter no eco sistema? Sim, porque 20% da captura não significa, espero eu, 20% da população de cavala que vive nos mares de Cabo Verde.
Mas pelo menos o artigo, ou os “investigadores”, falam verdade. As conclusões baseiam-se no depoimento de armadores, mestres e pescadores e não em números resultantes da pesagem e verificação das capturas nos portos de pesca.
Por muito que se pergunte a um pescador ele sempre dirá que “a coisa está cada vez pior”. Se pudéssemos projectar o gráfico que o texto ilustra por mais 20 anos poderemos ter a certeza que nessa altura a cavala preta seria uma espécie extinta.
Nunca vi, há anos que vou quase todos os dias ao cais de pesca, alguém pesar, medir e classificar o peixe que é desembarcado. Nem há regras de desembarque nem de venda. De resto, a desordem absoluta e a maior das imundices são as regras em vigor no porto de pesca da Praia, não havendo por isso tempo para “miudezas” e procedimentos que nos possam dar uma informação adequada que sirva de base a um trabalho científico sério.
A intenção é boa, mas parece ter sido encomendada pelas conserveiras que nesta altura necessitam de gaiado como de pão para a boca.
Que o defeso se justifica talvez tenha fundamento, mas na minha opinião que se faça a experiência nos 80% das capturas e já agora nos clans transnacionais, até porque os botes (a pesca artesanal, os outros 20%) estão limitados às 3 milhas, que por isso e pela própria estrutura têm um impacto muitíssimo reduzido, talvez menos que qualquer outro predador natural.
Regular sim. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra.