quinta-feira, 31 de maio de 2007

A Bela E O Senão

Fomos, os meus filhos e eu, passear na praça João Paulo II, recentemente inaugurada e fiquei surpreendido por dois motivos, um bom e outro mau.
O bom vê-se logo quando se chega. Tudo bem arranjado, limpo e funcional, com um funcionário da câmara identificado no lugar dos baloiços para ajudar a saudável balbúrdia das crianças. Foi um espaço planeado por quem sabe de urbanismo, ambiente e paisagismo. O anfiteatro é prova disso.
A parte má é o ênfase dado ao simbolismo daquele lugar com o exagero dos motivos ornamentais: a cruz e a estátua.Como se não bastasse o nome atribuído à praça em merecida memória a um Pontífice que soube devolver à Igreja valores bem ocidentais como a tolerância, o perdão e a coabitação entre os povos e as religiões, preferiu-se trocar a subtileza e a humildade pelo exagero. Exactamente o contrário do que o Papa dos povos e da reconciliação pregava.
Sem ofensa, aquela cruz é mais uma afirmação de poder do que um símbolo de espiritualidade e a estátua não diz nada e nem sequer se parece com sua Santidade. Não tem encanto nem arte.
João Paulo II estaria bem mais presente naquela praça sem aqueles ornamentos.