A Bela Adormecida
Durante a semana que passou visitei uma exposição sobre ambiente e energias alternativas que decorre nos Paços do Concelho, Câmara Municipal.
Não é uma exposição, claro, porque não tem a ver com alguma coisa feita nesta matéria: energias alternativas e ambiente. É tão só uma mostra de cartazes de empresas, folhetos informativos e alguns, poucos, pequenos utilitários foto voltaicos.
Se calhar tem que ser assim, não se pode expor nem fazer mais. Não contesto.
Mas já levanto dúvidas sobre o insistente e apressado interesse pelas ventoinhas e pelo foto voltaico só porque toda a gente fala em alternativas que de facto necessitamos.
Eu estou convicto do interesse desses equipamentos para ajudar a reduzir a dependência do combustível fóssil mas gostava de ver esse interesse balizado num programa com pés e cabeça e sobretudo aplicado onde efectivamente faz falta.
Eu bem sei que o negócio é óptimo para as empresas que vendem esses equipamentos. Cobrir achadas de painéis solares e ventoinhas e tirar daí bom lucro é o sonho de qualquer um. Mas o problema é pagar, assistir, manter e tirar daí benefícios para as pessoas, quero dizer, as pessoas todas.
Bem sei também que é mais fácil assinar uma parceria, depois encomendar, desalfandegar, montar, inaugurar e pagar por entreposta instituição. Dá mais nas vistas e a sensação é óptima, é uma sensação de quase dever cumprido.Todos nós sabemos que depois… bom, depois é uma canseira à espera de peças e técnicos.
Quero com isto dizer que é necessário um programa. É necessário mobilizar competências para esta discussão. É necessário inovar e sobretudo fazer com que o maior número de pessoas beneficie desse programa.
Eu estou convicto da importância do biodisel, por exemplo, porque Cabo Verde está na linha dos melhores sítios do mundo para a cultura da Purgueira em larga escala. Eu estou convicto da importância do biodisel porque milhares de proprietários de terrenos que não servem para a agricultura tradicional podem encontrar uma fonte de rendimento cultivando uma planta que não tem inimigos nem mesmo as cabras. Estou convicto da importância da cultura da Purgueira para a utilização como biodisel porque é uma energia alternativa que para a sua produção envolve apenas os cabo-verdianos e ajuda a combater a pobreza.
Mas estou igualmente convencido que, sem razão, as empresas que negoceiam foto voltaicos e ventoinhas não gostam da ideia, nem talvez os que têm a incumbência de arranjar alternativas ao combustível fóssil. Oxalá esteja enganado.
Em boa verdade, a Purgueira pode ser uma alternativa produzida por nós próprios sem dependências tecnológicas seja de quem for. Ela é uma bela aposta mas por enquanto bela adormecida.
Não é uma exposição, claro, porque não tem a ver com alguma coisa feita nesta matéria: energias alternativas e ambiente. É tão só uma mostra de cartazes de empresas, folhetos informativos e alguns, poucos, pequenos utilitários foto voltaicos.
Se calhar tem que ser assim, não se pode expor nem fazer mais. Não contesto.
Mas já levanto dúvidas sobre o insistente e apressado interesse pelas ventoinhas e pelo foto voltaico só porque toda a gente fala em alternativas que de facto necessitamos.
Eu estou convicto do interesse desses equipamentos para ajudar a reduzir a dependência do combustível fóssil mas gostava de ver esse interesse balizado num programa com pés e cabeça e sobretudo aplicado onde efectivamente faz falta.
Eu bem sei que o negócio é óptimo para as empresas que vendem esses equipamentos. Cobrir achadas de painéis solares e ventoinhas e tirar daí bom lucro é o sonho de qualquer um. Mas o problema é pagar, assistir, manter e tirar daí benefícios para as pessoas, quero dizer, as pessoas todas.
Bem sei também que é mais fácil assinar uma parceria, depois encomendar, desalfandegar, montar, inaugurar e pagar por entreposta instituição. Dá mais nas vistas e a sensação é óptima, é uma sensação de quase dever cumprido.Todos nós sabemos que depois… bom, depois é uma canseira à espera de peças e técnicos.
Quero com isto dizer que é necessário um programa. É necessário mobilizar competências para esta discussão. É necessário inovar e sobretudo fazer com que o maior número de pessoas beneficie desse programa.
Eu estou convicto da importância do biodisel, por exemplo, porque Cabo Verde está na linha dos melhores sítios do mundo para a cultura da Purgueira em larga escala. Eu estou convicto da importância do biodisel porque milhares de proprietários de terrenos que não servem para a agricultura tradicional podem encontrar uma fonte de rendimento cultivando uma planta que não tem inimigos nem mesmo as cabras. Estou convicto da importância da cultura da Purgueira para a utilização como biodisel porque é uma energia alternativa que para a sua produção envolve apenas os cabo-verdianos e ajuda a combater a pobreza.
Mas estou igualmente convencido que, sem razão, as empresas que negoceiam foto voltaicos e ventoinhas não gostam da ideia, nem talvez os que têm a incumbência de arranjar alternativas ao combustível fóssil. Oxalá esteja enganado.
Em boa verdade, a Purgueira pode ser uma alternativa produzida por nós próprios sem dependências tecnológicas seja de quem for. Ela é uma bela aposta mas por enquanto bela adormecida.