quarta-feira, 27 de junho de 2007

Combates Pela História


Este livro, resultado de uma compilação de artigos e ensaios, como escreve o autor, é um documento notável e importante. Notável pela diversidade de temas e importante porque, na minha opinião, este poderia ser o texto de apoio para uma reflexão sobre o futuro do Estado e da Nação, partindo da original ideia de Nação maior que o Estado e por isso de um Cabo Verde inovador e presente no mundo desde a primeira hora, ou seja, muito para além da formalidade da Independência e das fronteiras territoriais.

Este livro convida não à reflexão num atelier de três dias mas a uma reflexão, permanente, sustentada pelas elites que pensam, escrevem, decidem, representam, produzem, estudam e vivem na tal Nação que incorpora o Estado geográfico.

Rever o passado para actuar no presente é uma atitude difícil de ser assimilada pela nomenclatura porque a cultura tradicionalmente assumida é feita de maus pensamentos e impõe que águas passadas não movem moinhos, uma cultura bem ao jeito do comodismo e do conforto do poder, avessa à reflexão e sobretudo a mudanças.

Às vezes fico a pensar, sem fundamento claro, que haverá um loby da pobreza, um loby que se alimenta da pobreza e que tudo faz para não se olhar para a Nação nem para o País, um loby que disfarça bem os interesses acomodados. Talvez não passe de uma impressão minha.

Cabo Verde melhor do que nunca dispõe das ferramentas com as quais deve contar: a Memória, a Nação e a Democracia. Não lhe falta nada para ser melhor.