terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Leitura Obrigatória


Porque desapareceram as quinze maiores civilizações na história da humanidade? Porque caiu o Império Romano?
Hoje, sessenta e cinco por cento da população humana nunca fez uma única ligação telefónica e um terço da humanidade não tem acesso à electricidade.
A cada ano que passa as reservas de petróleo no mundo aproximam-se a passos largos da curva do sino de Hubbert. Quem vai poder aguentar a escalada galopante dos preços do crude quando, nesta ou na próxima década, as reservas descerem imparáveis pelo lado posterior do sino? Poderemos dispor de alternativas?
É o que trata Jeremy Rifkin neste importante livro. O hidrogénio é o elemento mais abundante do universo, compõe 75% da sua massa e 90% das suas moléculas, 30% da massa solar. Usá-lo como fonte de energia daria à humanidade uma reserva virtualmente ilimitada. É para o que trabalham e pensam neste momento os gigantes que controlam o petróleo e a energia no mundo. Uma longa e difícil transição mas sem dúvida o advento de um admirável mundo novo, onde cada um poderá produzir a energia de que necessita e distribuir o excedente por uma rede compartilhada à semelhança da World Wide Web.
Até que se concretize esta ou outras formas produção e distribuição de energia capaz de safar toda a humanidade da insustentável pobreza em que vive, Rifkin reafirma o alerta para a necessidade de antecipação na inevitável passagem pela curva do sino de Hubbert que acontecerá nos próximos anos.
Assim, Cabo Verde não pode continuar a correr atrás do petróleo sem pôr em prática com a máxima urgência o recurso às grandes possibilidades de que dispõe para enfrentar a curva descendente do sino. O Sol, o vento, o mar e a terra, salvaguardando as conquistas económicas que já alcançou.
Durante tempos difíceis para a sobrevivência dos cabo-verdianos a comunidade internacional foi generosa com o envio de dádivas em forma de grãos . Mas durante uma crise energética e de disponibilidade internacional de petróleo ninguém nos dará um único barril do precioso crude, simplesmente aconselhar-nos-ão a desligar os motores. A nossa economia não suportará tal medida.
O melhor mesmo é seguir o exemplo dos nossos vizinhos na Macaronésia e arregaçar as mangas na produção de toda a energia alternativa que pudermos. O tempo não pára e mesmo quando chegar o hidrogénio é preciso estar preparado para recebê-lo.

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