As Três Fases.
Para quebrar a rotina, este fim-de-semana dei um bom passeio ao Tarrafal e muitos outros lugares. Passar diante do velho campo de concentração é inevitável, e olhar na sua direcção quase como um reflexo condicionado.
- O Campo de Concentração do Tarrafal funcionou em três períodos: de 1936 a 1954, como campo de exílio e extermínio para presos políticos portugueses e outros europeus; entre 1961 e 1974, para militantes e combatentes dos movimentos africanos anti-coloniais; no período da descolonização de Cabo Verde, para prisioneiros considerados cúmplices do aparelho repressivo colonial, inimigos da independência e do PAIGC (no seu ramo caboverdiano e antes de se transformar em PAICV). E se a primeira fase de funcionamento do Campo é relativamente bem conhecida, testemunhada e documentada (destaco a tese de mestrado de Nélida Maria Freire Brito, historiadora angolana de origem caboverdiana, publicada em livro pelas edições Dinossauro, sob o título "Tarrafal na Memória dos Prisioneiros"), a segunda e terceira fase ainda esperam por um mínimo de trabalho historiográfico. E, no entanto, nas três fases, o Campo foi o mesmo, no mesmo local, com uma ou outra diferença de condições e tratamento, cumpriu o mesmo objectivo (confinamento e aniquilação de opositores políticos) e merece o mesmo repúdio.
- O Campo de Concentração do Tarrafal funcionou em três períodos: de 1936 a 1954, como campo de exílio e extermínio para presos políticos portugueses e outros europeus; entre 1961 e 1974, para militantes e combatentes dos movimentos africanos anti-coloniais; no período da descolonização de Cabo Verde, para prisioneiros considerados cúmplices do aparelho repressivo colonial, inimigos da independência e do PAIGC (no seu ramo caboverdiano e antes de se transformar em PAICV). E se a primeira fase de funcionamento do Campo é relativamente bem conhecida, testemunhada e documentada (destaco a tese de mestrado de Nélida Maria Freire Brito, historiadora angolana de origem caboverdiana, publicada em livro pelas edições Dinossauro, sob o título "Tarrafal na Memória dos Prisioneiros"), a segunda e terceira fase ainda esperam por um mínimo de trabalho historiográfico. E, no entanto, nas três fases, o Campo foi o mesmo, no mesmo local, com uma ou outra diferença de condições e tratamento, cumpriu o mesmo objectivo (confinamento e aniquilação de opositores políticos) e merece o mesmo repúdio.
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