domingo, 23 de maio de 2010

Sensibilizar.

Desde que Cabo Verde tomou as rédeas da sua marcha têm sido às centenas as acções de sensibilização para tudo o que é dificuldade. Saúde, lixo, violência, política e inúmeras causas de toda a ordem. Umas com melhores resultados do que outras, têm sido uma ferramenta que os governantes recorrem com assiduidade para, digamos, apresentar serviço. Nas pescas e actividades relacionadas já se fizeram encontros e explicações sobre tudo o que há para dar, distribuindo à borla caixas térmicas em múltiplos formatos e subsídios para tudo, gelo, motores, embarcações, viagens de estudo, artes, já para não falar nas fortunas gastas em estudos sobre o sector e em estruturas abandonadas.
Resultados? Não pode haver, simplesmente porque a sensibilização está invertida. Não são os pescadores, peixeiras e operadores que precisam de sensibilização. Quem precisa de se sensibilizar é quem tem por tarefa fazer aplicar a legislação ou criar regulamentação. O estado de insanidade e abandono a que se deixou chegar os portos de pesca, estruturas da responsabilidade de todos os governos idos e vindouros, é no mínimo confrangedor e não se percebe por gozam os pescadores e as peixeiras de tantas mordomias.
Se é proibido a uma rabidante vender no passeio público ou um comerciante vender produtos fora de prazo pelo que se ordena aparato policial e tema noticioso, não se percebe porque razão um pescador ou uma peixeira não são obrigados a cumprir a Lei em tudo o que diz respeito à manipulação, trato e conservação do pescado. Não só não são obrigados e por isso não cumprem como ainda por cima volta e meia são alvo de “sensibilizações” por conta do erário público para o qual não contribuem com uma espinha sequer.

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