segunda-feira, 9 de abril de 2007

Sensibilizar Como Desculpa.

Sábado foi dia de efeméride. Dia mundial da saúde.

A Televisão de Cabo Verde organizou um encontro com vários responsáveis pela saúde pública.

A jornalista de serviço esteve muito bem. Sem quebras nem falhas e oportuna ao contrário do suporte técnico que falhou mil vezes. Não se desculpa mas compreende-se. Melhores dias hão-de vir. Apesar de tudo foi um bom trabalho da TCV.

Os técnicos convidados a responder às perguntas que mais os incomodam, justificaram sempre os seus lugares e responsabilidades na actual Administração com a culpa dos outros. Este costume de responder não é grave, mas está gasto.

O que parece grave é que, eles os responsáveis, não reivindicam Leis mas campanhas de sensibilização. Estranha maneira de lidar com a saúde pública.

Por exemplo, o responsável pela fiscalização das importações suplicou aos empresários estrangeiros para não mandarem para cá produtos duvidosos. Parvoíce, mas o apelo foi sincero. Aqui, é terra de pobres sem lei nem bom gosto para alguns atrasados mentais. Para eles, este mercado é ainda uma boa maneira de se aliviarem das suas próprias incompetências e incapacidade empresarial no convencimento de que a esperteza de ocasião é uma virtude. Por isso os responsáveis que estiveram presentes sábado naquele programa deveriam ter o direito e a obrigação legal de poder apresentar queixa contra os exportadores nos tribunais dos países onde foram expedidas essas mercadorias impróprias para consumo humano. Assim as burlas desses empresários só aconteceriam uma vez. Porque em democracia a Justiça pode ser lenta mas mesmo assim funciona e não há outra maneira de se resolver os problemas.

Lei, Lei e sempre a Lei e mais Lei e só depois a sensibilização. Porque a Lei por si só já é uma sensibilização.

Não se pode vender comida na rua e pronto, não se pode! É proibido pela saúde de todos. Alguém tem que impedir este costume.

Não se pode vender carne e peixe sem inspecção nem condições, não se pode! É proibido pela saúde de todos. Alguém tem que impedir este costume.

Não se pode importar óleo martelado, não se pode! É proibido pela saúde de todos.

Pela saúde de todos, primeiro a Lei depois a sensibilização.

Acabemos de vez com um certo paternalismo, padrinho dos coitados. Primeiro a Lei e sempre a Lei e depois… depois sensibilize-se os coitados.