A Próxima Vítima.
O acidente fatal que aconteceu esta semana suscita-nos um profundo pesar mas também indignação e revolta. Não seria necessário este tipo de sacrifício e esta perda irreparável se quem tem a responsabilidade de zelar pela segurança pública o fizesse com empenho. Este acidente é bem a ilustração da frase com que a sociedade caboverdiana gosta de descartar responsabilidades e trabalhos: amigo, estás
Um carro em excesso de velocidade com a carga solta é uma parte do imenso rol de barbaridades que diariamente põem em risco vidas e bens.
Carros impróprios para andarem nas estradas, iaces loucos, camiões carregados até ao céu, buracos sem sinalização, postos de iluminação a tombarem, caixas de fusíveis da Electra abertas e ao alcance de crianças, autocarros abarrotados de gente, varandas a desabarem, obras sem protecções e tantas outras barbaridades sem rei nem roque.
Que Ministério Público tem mão forte para chamar à responsabilidade uma estrutura como, por exemplo, a Protecção Civil? Ou esta serve apensas para fazer pontos de situação em dias de mau tempo? Estranha maneira esta de querer promover o desenvolvimento desprezando com displicência e por preguiça de trabalhar vidas sempre preciosas. Qual de nós será a próxima vítima?