terça-feira, 31 de julho de 2007

Sobre a discussão.

Fico muito satisfeito pelos contributos para a discussão. Os comentários só reafirmam a importância da Nação para com o País. Eu não sou um especialista, o meu interesse e “atracção” pelo assunto é empírico mas vejo com agrado que não estou só.
Um povo que cultivou durante 200 anos uma planta, conhece bem as suas “voltas”. Há dias a TCV fez uma reportagem a uma Senhora centenária no seu aniversário que não se apercebeu que tinha havido independência mas que toda a vida cultivou e viveu da Purgueira. Achei esta peça televisiva sublime, não porque a Senhora não se tivesse apercebido da Independência mas porque o País quase perdeu a memória desta planta “milagrosa”.
A Jatropha curcas (Purgueira) não resolverá os problemas energéticos de Cabo Verde. Como matéria-prima para acrescentar energia a Cabo Verde é uma boa solução, não tenho dúvidas.
Claro, que o processo de obtenção de biodiesel se não for bem feito acaba em conspurcação do ambiente. Mas eu “juro” que o País não está tão irresponsável assim, nem nesta matéria nem em centenas de procedimentos que faz bem todos os dias em centenas de sectores.
Não é verdade que falte humidade. Não é verdade que não chova todos os anos. É verdade que a chuva que cai todos anos, sublinho todos os anos, não sustenta uma agricultura tradicional de sequeiro. Mais uma vez é preciso não misturar assuntos. O que prejudica o Milho pode não prejudicar a Purgueira. A Purgueira é uma planta perene. Ao fim de tanto tempo a “rabidar vida” podemos encontra-la até à beira mar, entre pedras e rochas como se quisesse fazer-se ao mar.
Isto não significa que é fácil cultivá-la, mas pode significar que ela está do nosso lado.
Nesta história, e na minha opinião, o interesse pela Purgueira é que esta planta pode recompor as raízes do povo rural, pode relançar afectos como os que o Sr. Henrique de Pina Cardoso descreve muito bem, também a contenção de deslizamentos, contenção de humidade, enfim uma parceira ecológica sem falar na apicultura, pode fluir a económica do País pelo mundo rural e dar mais esperança às pessoas. Nenhum país vive só de cidades.