quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
RTP-Africa
O canal fez dez anitos. Como se viu pelo pomposo aniversário está sem jeito, medíocre e de um paternalismo desusado por vezes a roçar o bacoco. Nada tem a ver com a vida dos povos nos palop. É tudo avulso e indigesto na propagação e alarde de mitos forçados. África das solidariedades, das culturas de pobreza, das geminações de circunstância. É tempo de parar e repensar. Esse canal serve apenas para gastar o dinheiro dos impostos de alguém e fazer de uma ideia que poderia ter sido boa um folclore pobre e um exemplo do que não deve ser um canal de televisão, ainda por cima disfarçado de “serviço público”. Para ser o que é, basta a RTP comprar tempo de antena nas televisões públicas e privadas dos palop. E chega!
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Pobreza Como Desculpa.
Sete desculpas que entraram no ano novo. Sete soluções à espera de vontade política. A pobreza não é um fado.
-No cais de pesca da Capital continua a imundice. A estrutura já de si inadequada e mal feita serve apenas para “despejar” peixe. Ninguém manda, ninguém é responsável, ninguém fiscaliza, ninguém sabe. A água com que se lava o peixe está contaminada de todas as misérias que os barcos lançam borda fora. O pescado não é pesado nem medido neste cais ou noutro qualquer. Ler os relatórios oficiais sobre recursos haliêuticos dá vontade de rir.
-Continua a extracção de areia para a construção civil na maior e mais antiga reserva natural de bivalves de Cabo Verde e provavelmente da Macaronésia, Baía de Nª Senhora da Luz. Lamenta-se a pobreza dos seus habitantes e os partidos desdobram-se em visitinhas de solidariedade. O que poderia ser uma exemplar e rentável exploração em aquacultura, com trabalho garantido para muita gente e alguns biólogos, tem os dias contados. É uma questão de tempo. Os governos estão sempre de passagem.
-Multiplicam-se os hotéis, cresce o sector do turismo, mas o sustento da actividade não se desenvolve nem se definem políticas e objectivos. Pensa-se em grande, mas não se pensa distante. O País tem um enorme potencial para a agricultura protegida e até para a floricultura. Que os turistas venham aos magotes e aos pacotes com tudo pago, percebe-se, mas o que não se vai perceber e aceitar é quando começarem a chegar aviões cargueiros carregados de legumes. Nesse negócio todos ganham menos o País.
-Lixeirada por todo o lado. É verdade que já esteve pior. Às vezes parece melhorar mas é como quem diz um dia na cama dois na lama. Aquilo que deveria ser objecto de uma discussão pública sobre as soluções, incluindo a de se transformar o lixo em energia, transformou-se numa espécie de luta de acusações e denúncias de sensação. O lixo necessita de outros procedimentos e outros pensares. Os procedimentos actuais só agravam o problema e os pensares também. Á Câmara Municipal não deve competir a recolha e tratamento do lixo. A Câmara Municipal é para governar a Cidade.
-O sítio do mercado municipal com mais de cem anos transborda cada vez mais de gente e falta de higiene. O Delegado de Saúde ameaçou, no dia a seguir deu-se uma mangueirada e pronto. Soluções? Ninguém toca na coisa, é dali que vêm muitos dos votos decisivos ou fatais. Com as urnas não se brica, agora. Aguardemos pelas mensagens de campanha eleitoral que se aproximam. Será interessante registar os discursos ao vivo ornamentados pelo batuque das fogosas rabidantes.
-Chuva cá tem. Isto é, tem e muita mas não acerta com a cultura de sequeiro. Todos os anos chovem bateladas da abençoada água que lava ruas e ribeiras até ao mar sem que alguém se importe. Alguém com obrigação política de se importar, claro. Os chineses “ofereceram” o Poilão e pronto, pouco serviu de inspiração. Guardar a água da chuva não faz parte da nossa cultura. Cantar a falta dela, sim. É mais fácil.
-Os investigadores um pouco por todo o mundo já são unânimes em considerar esta planta a segunda mais importante para a produção de biocombustível. No Brasil estão a iniciar plantações em larga escala e a sua produção traz benefícios imediatos fixando pessoas nas áreas rurais diminuindo com eficácia a pobreza. Cabo Verde cultivou esta rainha durante mais de cem anos. A Purgueira. Hoje fazem-na esquecida e desprezada, ultrapassada em importância pela lamechice dos “programas de luta contra a pobreza”. O futuro dar-lhe-á razão e importância económica.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Impossível

terça-feira, 22 de janeiro de 2008
A Madrugada Das Cagarras

Aninhava-me na paz da natureza
E deixava-me ficar
livre...
livre...
Sem medo
algum...
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Café Curto

Postado por canoa às 09:00
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Bem Flado.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Step By Step
Interessante no entanto é constatar que o valor em dinheiro das intenções para se concretizar qualquer projecto dá direito a um acesso diferenciado à Administração Pública. Percebe-se porquê: querer aplicar uns milhares de contos não é a mesma coisa que investir milhões. Daí que no segundo caso o interessado começa logo por falar directamente com o Ministro, no primeiro caso começa por falar com o porteiro que além da natural curiosidade sobre o assunto que estamos a tratar quase sempre enuncia as palavras mágicas que caracterizam ainda e muito a Administração Pública que nos serve: saiu, viajou, está em reunião.
Nada que o Dr. João Serra, bem por dentro desta intricada máquina, não tenha escrito por diversas vezes acerca da viscosidade da Administração Pública. Velhas heranças e novos interesses pesam muito e pesarão cada vez mais no difícil desempenho de País de Desenvolvimento Médio que Cabo Verde exerce há 16 dias. Estou convencido que este novo estatuto vai exigir que se desatem muitos nós.
Por outro lado os grandes investimentos têm o condão de criar e alimentar pequenas actividades à sua volta, isto é, se as políticas forem bem definidas. Por exemplo, diz quem sabe que o turismo, sector de avultados investimentos, só é sólido, seguro e sustentável se o País produzir 20% do que come. Desta feita será obrigatório prestar outra atenção aos pequenos projectos e ideias. Bem sabemos que é mais espalhafatoso e mediático lançar a primeira pedra para a construção de uma torre com vinte andares do que plantar o primeiro pimentão numa pequena exploração de agricultura biológica. Por isso é urgente mudar a cultura de governar e administrar. Os ventos sopram de feição e vontade de remar não falta.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Rota De Ítaca
Mas se tenho de partir que de novo eu parta
é talvez bem melhor do que ficarem
meus pés no cais chumbados em argola
meus olhos no horizonte ao sonho a velejar.
fender a bruma sobre este coração cerrada
colher num bojador espinhos perfumados
partir e não saber em que angra fundear.
quantos portulanos na vida houver de decifrar.
o mar também é terra onde morar.
domingo, 13 de janeiro de 2008
Cá Estamos!

