quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Eficiência E Pobreza... De Espírito

Definitivamente não gostamos muito de árvores e até pouco de plantas. Alguns chamam-lhes “pé-de-mato” outros só descansam quando as tiram do pé da porta. Basta ler esta peça jornalística para nos apercebermos que ninguém sente falta dessas extraordinárias criaturas mais donas do ar que respiramos do que nós. As árvores e demais plantas, no entender dos nossos eleitos municipais e associações de opinião servem apenas para ornamentar e dar despesa, circunscritas aos exíguos e ridículos “espaços verdes”.
Por mim, acho essa cultura admirável porque é capaz de nos dias de efeméride internacional dedicada às árvores mostrar eloquência na retórica e na cerimónia. Por enquanto as árvores não cabem nos programas partidários de gestão municipal nem suscitam a atenção de associações cívicas. Estou a falar da Cidade. Das árvores da Cidade. Uma Cidade despida de árvores é uma cidade triste e sufocante. É isto que aos poucos estão a fazer a esta mal amada Praia Maria cada vez com menos árvores. Agora que o negro betuminoso toma conta dos pavimentos num frenesim nocturno cheio de pressa, as árvores que ainda restam são abatidas sem dó nem piedade provavelmente para não incomodarem ou talvez muito provavelmente porque a sua madeira proporciona um bom momento de negócio. Para quem? Alguém deve saber, porque o silêncio colectivo é preocupante.

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