"Os Badios"
Em baixo: Zé Rui; Camelo; Zé di Plácida; José Maria Lobo (Djedje); Calú di (Zaque Sapateiro); Olívio.
Este livro, resultado de uma compilação de artigos e ensaios, como escreve o autor, é um documento notável e importante. Notável pela diversidade de temas e importante porque, na minha opinião, este poderia ser o texto de apoio para uma reflexão sobre o futuro do Estado e da Nação, partindo da original ideia de Nação maior que o Estado e por isso de um Cabo Verde inovador e presente no mundo desde a primeira hora, ou seja, muito para além da formalidade da Independência e das fronteiras territoriais.
Este livro convida não à reflexão num atelier de três dias mas a uma reflexão, permanente, sustentada pelas elites que pensam, escrevem, decidem, representam, produzem, estudam e vivem na tal Nação que incorpora o Estado geográfico.
Rever o passado para actuar no presente é uma atitude difícil de ser assimilada pela nomenclatura porque a cultura tradicionalmente assumida é feita de maus pensamentos e impõe que águas passadas não movem moinhos, uma cultura bem ao jeito do comodismo e do conforto do poder, avessa à reflexão e sobretudo a mudanças.
Às vezes fico a pensar, sem fundamento claro, que haverá um loby da pobreza, um loby que se alimenta da pobreza e que tudo faz para não se olhar para a Nação nem para o País, um loby que disfarça bem os interesses acomodados. Talvez não passe de uma impressão minha.
Cabo Verde melhor do que nunca dispõe das ferramentas com as quais deve contar: a Memória, a Nação e a Democracia. Não lhe falta nada para ser melhor.
Postado por canoa às 06:50
Marcadores: Astronomia
Príncipe das nuvens
Há dias que caminham silenciosos
Como se rastejassem à soleira
Das nossas almas esquecidas
E olhassem de soslaio a solidão
Também nossa…
Em que o mago engana a serpente
E este, de puro fogo, crepita
À Eva e sua profanada maçã
- ó libidinosas…
Pela fresta das janelas e do pensamento
E ficam quietos, como lamentos,
De murmúrios tão-somente
E em desenlace…
Na vertigem deste lugar
- chamemo-lo poisio ou viagem –
Onde se refugia o Albatroz,
Príncipe das nuvens…
(Das Frutas Serenadas - Artes e Letras - 2007)
O João Miguel pintou este animal que nos acompanha desde sempre como uma divindade nos sonhos e na paisagem. Soberbo respeito. Soberbo mito.
Nenhum outro animal obrigou o Homem a compor música propositadamente em sua honra.
De certa forma nenhum outro animal domesticou tanto o Homem quanto este.
A orquestra Tremolos Coda de Angra do Heroísmo tocou no Raminho este passe doble de nome Zujar também em honra deste mito que faz tocar, correr e sonhar os rabo tortos da Terceira.
A nova Roda dos Alimentos é composta por 7 grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção de peso com que cada um deles deve estar presente na alimentação diária:
Cereais e derivados, tubérculos – 28%
Hortícolas – 23%
Fruta – 20%
Lacticínios – 18%
Carnes, pescado e ovos – 5%
Leguminosas – 4%
Gorduras e óleos – 2%
Fecho os olhos para sonhar cidades distantes,
paisagens de luz com um destino estranho
mexem as bocas. Pisam marcas dos antecessores.
Amam, gritam, sufocam.
Eu estou surdo. Surdo e mudo.
Vivo na luz marítima
como um velho cargueiro, oscilando e rangendo
sem destino no meio do nevoeiro
com segredos e silêncios depositados pelos anos
no fundo dos porões
alma de pescador temente do desastre
e um coração astronauta ciente de que a terra é pouca
e finita
Como sempre a recepção na Embaixada Portuguesa, mais precisamente na belíssima residência foi simpática e estava repleta de notáveis. Como não podia deixar de ser a maioria dos presentes eram cabo-verdianos. Um bom momento para dois dedos de conversa e um olhar distante para as inúmeras obras de arte e peças requintadas que decoram a entrada, a nunca perder.
Ao discurso curto e simples da Senhora Embaixadora seguiu-se o momento alto no Auditório da Praia com o Trilhos. Um quarteto que, sente-se logo, vem de muitas escolas. Uma proposta e um som bem diferentes do que é habitual ouvirmos quando alguém pega numa guitarra portuguesa. Sem gemer, a guitarra esteve nas mãos de quem há-de ser um grande mestre.
Foi uma boa prenda do Centro Cultural Português.
O acidente fatal que aconteceu esta semana suscita-nos um profundo pesar mas também indignação e revolta. Não seria necessário este tipo de sacrifício e esta perda irreparável se quem tem a responsabilidade de zelar pela segurança pública o fizesse com empenho. Este acidente é bem a ilustração da frase com que a sociedade caboverdiana gosta de descartar responsabilidades e trabalhos: amigo, estás
Um carro em excesso de velocidade com a carga solta é uma parte do imenso rol de barbaridades que diariamente põem em risco vidas e bens.
Carros impróprios para andarem nas estradas, iaces loucos, camiões carregados até ao céu, buracos sem sinalização, postos de iluminação a tombarem, caixas de fusíveis da Electra abertas e ao alcance de crianças, autocarros abarrotados de gente, varandas a desabarem, obras sem protecções e tantas outras barbaridades sem rei nem roque.
Que Ministério Público tem mão forte para chamar à responsabilidade uma estrutura como, por exemplo, a Protecção Civil? Ou esta serve apensas para fazer pontos de situação em dias de mau tempo? Estranha maneira esta de querer promover o desenvolvimento desprezando com displicência e por preguiça de trabalhar vidas sempre preciosas. Qual de nós será a próxima vítima?
SAN JOSÉ.- A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), que permaneceu no planeta por 110 milhões de anos, está se extinguindo devido à ação do homem, revela um estudo de cientistas norte-americanos ao qual o Terramérica teve acesso. A pesquisa das universidades de Indiana e Drexel prova que subsistem pouquíssimos exemplares desta espécie, que conviveu com o mamute e o tiranossauro e sobreviveu a catástrofes planetárias, como os degelos. Em 1988, 1362 tartarugas desovaram
Hoje,
No entanto, em surdina e à boca pequena, ainda se vende o famoso bargadjo de tartaruga com que a crendice diz tratar a falta de potência sexual nos machos e também os ovos indispensáveis para se recuperar de enfermidades prolongadas.
Mas o engraçado nestas histórias é que há pessoas importantes que até dizem ter canudo, distintas e muito aperaltadas, verdadeiros animais políticos, que acreditam e consomem estas coisas e até mesmo não dispensam uma bafa de tartaruga em reservados pouco iluminados e clandestinos talvez para não perderem as raízes culturais, só por este motivo de força maior e nenhum outro.
Há gente de morrer a rir.
Esta é uma peça bem feita, bem concebida. Uma bela peça. Tem força e movimento. O resto sente-se porque está no sítio certo.
Este é um dos casos em que a base o espaço verde não faz parte nem da peça nem da mensagem. Eu preferia ver a base desta excelente peça assente nas pedras do velho cais de S. Januário que não sei para onde as desterraram.
A escultura fica imponente na mesma, mas as pedras do velho cais sussurram histórias de tempos antigos que poderiam ter como mensageira esta obra de mestre, é pena.
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