Porque Sim. Mas Como?
Todas as questões relacionadas com a salvaguarda dos recursos haliêuticos têm sido, na minha opinião, acompanhadas de informação duvidosa.
O INDP tem divulgado nestes dias por diversos órgãos de comunicação social um texto interessante. Um texto que é bem o espelho da chamada “investigação”
Basta ler as “gordas” para se perceber que há qualquer coisa que não bate certo. Se apenas 20% da captura de cavala é artesanal, dizem, que impacto isso poderá ter no eco sistema? Sim, porque 20% da captura não significa, espero eu, 20% da população de cavala que vive nos mares de Cabo Verde.
Mas pelo menos o artigo, ou os “investigadores”, falam verdade. As conclusões baseiam-se no depoimento de armadores, mestres e pescadores e não em números resultantes da pesagem e verificação das capturas nos portos de pesca.
Por muito que se pergunte a um pescador ele sempre dirá que “a coisa está cada vez pior”. Se pudéssemos projectar o gráfico que o texto ilustra por mais 20 anos poderemos ter a certeza que nessa altura a cavala preta seria uma espécie extinta.
Nunca vi, há anos que vou quase todos os dias ao cais de pesca, alguém pesar, medir e classificar o peixe que é desembarcado. Nem há regras de desembarque nem de venda. De resto, a desordem absoluta e a maior das imundices são as regras em vigor no porto de pesca da Praia, não havendo por isso tempo para “miudezas” e procedimentos que nos possam dar uma informação adequada que sirva de base a um trabalho científico sério.
A intenção é boa, mas parece ter sido encomendada pelas conserveiras que nesta altura necessitam de gaiado como de pão para a boca.
Que o defeso se justifica talvez tenha fundamento, mas na minha opinião que se faça a experiência nos 80% das capturas e já agora nos clans transnacionais, até porque os botes (a pesca artesanal, os outros 20%) estão limitados às
Regular sim. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra.
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