sábado, 30 de outubro de 2010

O 8 E O 80

Nunca, nem os de dentro nem os de fora quiseram olhar para o sector das pescas com olhos de ver.
Ou há-de ser tudo pomposamente grande ou há-de ser tudo à banheira de plástico.
A ideia tem raízes e história mas tem também um erro de princípio: não ter a consciência da exacta medida do seu tamanho.
Quem acha que depende de 30 toneladas de cavala e melva por dia para sobreviver nunca encontrará o poiso certo para as suas necessidades e dormir descansado. Nem tão pouco na China onde não há cavala para pescar. Essa quantidade, 10.000 toneladas de cavala e melva por ano não existe em lado nenhum à espera de ser pescada e, nem há cavala o ano todo à disposição de nossas excelências, como toda a gente sabe, mesmo os que não distinguem uma cavala dum cachalote sabem que a cavala tem época.
O que existe são empresas que se especializam em juntar cavala (e outros peixes) de diversas proveniências do mundo e assim conseguem concentrar grandes quantidades de pescado que depois vendem. É uma opção disponível para quem quiser fazer uma fábrica muito longe do mar ou no meio de um deserto ou mesmo à beira mar, é só medir os custos.
É preciso dizer ainda que o Estado de Cabo Verde já teve frota pesqueira e o sistema faliu, não tem frota porque não pode ter e se vier a ter será um desastre, pois pescar para garantir pescado para a indústria não é a sua função. Mas aqui os governos gostam de entrar na festa da grandeza, dos números e da propaganda e o que têm feito é envolverem-se em promessas e compromissos que não podem cumprir. Os resultados sempre foram os mesmos que todos sabemos.
Por sua vez os Bancos, que de peixe nada entendem e olham para tudo com a mesma matriz, também mordem o anzol  passando a vida a queixarem-se da má sorte e por isso têm medo das pescas como o diabo da cruz, se bem que a cruz da imobiliária que transportam é mil vezes mais pesada e espinhosa, um calvário que eles próprios edificaram.
Cabo Verde tem tudo para que se sinta o peso pesado do peixe na economia e a sua contribuição na melhoria da qualidade de vida das pessoas mas para isso não pode continuar a ter apenas duas medidas quando fala de pescas e do mar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Imutável.



Por estes dias dei um saltinho à Ilha do Sal e fiquei de veras convencido que há coisas que não mudam apenas porque não são obrigadas a mudar, ou ninguém as quer mudar. Espargos está diferente, para melhor, e muita coisa mudou. Por exemplo, passou a haver muitas vias de sentido único e outras foram simplesmente encerradas ao trânsito automóvel. A Vila – desculpe, a Cidade – está mais asseada e melhor ordenada. De certeza que houve muitas outras mudanças para melhor que não tive oportunidade de saber.
No entanto há coisas espantosas. O Mercado e o pelourinho de peixe são os mesmos de há 20 anos para cá, e o novo “Mercado de Peixe” funciona à mesma na rua. Quero dizer, os procedimentos para com a manipulação e venda de peixe são os mesmos de há 20 anos: peixe na rua ou ao ar livre, moscas de muitas espécies e cores, água suja e absoluta indiferença das autoridades sanitárias.
Se um carro circular nas vias reservadas a peões, ou em sentido contrário, ou se estacionar onde não deve, a Lei é clara e a autoridade faz-se sentir num estalar de dedos. Mas a manipulação, conservação e venda de pescado tão importantes para a saúde de todos nós não tem lei nem mando. Bom, não tem para esses vendedores, no Sal ou em qualquer parte do País, e para as estruturas sob a tutela do Estado. Para os outros… claro que tem lei e as “mudanças” são obrigatórias. Acho bem.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Segurança Alimentar.

Hoje.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Favas Contadas? Nem Na Venezuela.

domingo, 3 de outubro de 2010

Do Calor...


toda a gente se queixa!