segunda-feira, 30 de abril de 2007

Pequenos Mitos.

A Praça Afonso de Albuquerque, a Praça Grande, sempre foi agradável mas esteve uns tempos descuidada. Diga-se em abono da verdade que esta Câmara Municipal deu-lhe de novo a graça que sempre teve acrescentando melhorias consideráveis, uma delas foi sem dúvida retirar as barracas de comes e bebes e manter as coisas a funcionar, plantas regadas e o tanque com água. A cidade ganhou.

Vamos agora pensar com qual das seguintes duas medidas ganharia ainda mais a cidade: a) Colocar um terminal de computador em cada um dos quatro cantos da praça para nos dar (a quem sabe aceder) acesso à Internet, aos câmbios, aos horários disto e daquilo, roteiros turísticos, etc.,

b) Ouvir aos fins-de-semana e feriados a Filarmónica Municipal tocar no coreto, aprumada e afinada para uma pequena multidão de adultos e crianças que passeia e conversa entre os canteiros e árvores com a Praça bem iluminada.

A modernidade criou mitos e um deles é o das "novas tecnologias". Daí à “cidade digital” ou "território inteligente" é um clique em dia de inspiração. Pequenos mitos, caros, e bem mais pobres e tristes do que uma Filarmónica.

domingo, 29 de abril de 2007

Um Belo Dia Em S. Francisco

sábado, 28 de abril de 2007

Administração Pública



No momento em que a economia ganha outra cor e volume esta série de artigos na coluna “Opinião” do Jornal A Semana de João Serra não podia ser mais oportuna. Um excelente trabalho de quem conhece os cantos da casa. Uma opinião técnica de referência em qualquer país. É pena não estar disponível em formato digital.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Coisas Boas.

A OPV de 285.088 acções feita pelo Estado foi sem dúvida um acontecimento de grande importância. Esperemos que esta golfada de ar fresco na empresa tenha influência na necessidade desta petrolífera olhar as energias renováveis como um sector economicamente promissor, necessário, rentável e não hostil aos interesses da empresa a curto e a longo prazo.

O presidente do CA declarou há dias que a TCV não é um bebé porque está no mercado há trinta anos. Este senhor presidente nunca disse coisa com coisa mas agora está pior. A TCV nunca esteve no mercado, emite programas há trinta anos o que é diferente. O mercado no sector vai começar agora com a entrada de outras televisões o que é outro acontecimento de grande importância. Bem-vinda TCV ao verdadeiro mercado: a concorrência.

Parabéns Cabo Verde!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Tudo a Postos.

Ouvir para crer.
Não vão apresentar a nova Filarmónica Municipal. Não.
Não vão apresentar o novo parque infantil com muitas árvores e com biblioteca. Não.
Apenas apresentar, mais uma vez, a substituição de velhos por novos contentores de lixo .
E falar, claro, do admirável mundo novo.
Aguardemos o discurso.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Cravos, Muitos Cravos.


Nesta ideia, que não deixa de ter uma certa beleza e brio, de estarmos a fazer uma revolução original, entranha-se a velha senha mítica dos mares nunca dantes navegados.

Natália Correia


Hoje quando escrevo alguma coisa sobre o 25 de Abril, as palavras não surgem com facilidade e algumas até estão ocas de tanto ornamentarem frases batidas. Tudo parece muito distante. Desde os movimentos católicos, o CIDAC, a Degrau, a Sextante, os stencils, o Comércio do Funchal, o Tempo e o Modo, os papéis que se destruíam depois de lidos, o dia 25 de Abril, a balbúrdia do PREC, tudo parece repousar na mesma gaveta. A revolução acabou cedo se é que existia alguma revolução para fazer. Tudo se foi diluindo lentamente em memórias difusas ou em registos dispersos. Milhares de convictos “revolucionários” (até na maneira de vestir) voltaram ao bom caminho, aconchego e bem-estar das “liberdades fundamentais” da “sociedade burguesa”, outros morreram sem esse consolo e outros andam a comprimidos.

Para que o povo não esquecesse, o 25 de Abril ficou como “O Dia da Liberdade”. Mas para o povo (as massas, hoje povão) tratava-se, e trata-se, de comemorar o dia da liberdade de falar. Apenas isso.

Não é o dia da democracia, nem o dia da justiça, nem o dia da tolerância, talvez por ser difícil a compreensão desses conceitos ou talvez por não haver uma palavra que possa conter todos esses significados. A rapaziada mais nova não tem pachorra para este tipo de comemorações oficiais. Nem eu. Mas para mim, que ainda estou vivo, um copo com os amigos, sabe sempre bem neste dia para comemorar a queda de um regime que não interessava nem a ricos nem a pobres, apenas a labregos.

Esta data, o 25 de Abril, o dia que assinala a liberdade de se falar em Portugal assinala sobretudo uma grande efeméride: a liberdade de toda a gente, mesmo todos, poder dizer barbaridades à vontade e pelo meio coisas interessantes, asneiras e tolices sem ser preso por isso. Gente vulgar, importante, artistas, jornalistas, pintores, políticos, músicos, padres, bispos, economistas, operários, empresários, cientistas, poetas, revolucionários, artistas, burlões e anarquistas. As pessoas. Todos disseram barbaridades e coisas interessantes.

Ficaram ainda algumas outras “conquistas de Abril”, para além de se poder dizer o que se pensa, que hoje só atrapalham o progresso e até aos próprios conquistadores. Ficou a História e a Esperança que os tempos de obscurantismo, ignorância, miséria e intolerância não voltem.

Mas não é certo nem seguro que esses tempos não possam regressar. Não foi nem será suficiente gritar ditadura nunca mais. De certa forma a Humanidade ainda vive na sua longa pré-História. É preciso que a Justiça e a Educação sejam as fundações em que assenta a Democracia moderna e que o Estado não tape o Sol com a barriga.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Uma Bafa Diferente



Lombinhos de cavala fumada com cebola, alho, azeite e massa de malagueta de S. Miguel, Açores, um tempero do outro mundo e de tempos antigos.
Está mesa!

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Um Exemplo de Sucesso.


Imagens do livro AÇORES VISTOS DO CÉU , edição ARGUMENTUM, Lisboa 1998.
Fotógrafo, Filipe Jorge

Neste lugar, Fajã de Santo Cristo, ilha de S. Jorge, Açores, reproduz-se com sucesso uma amêijoa. Mas foi necessário uma importante intervenção por parte das autoridades e de ambientalistas locais para “salvar” esta espécie.

Neste sítio da autoria de Rogério F. Ferraz podemos encontrar a seguinte referência:

As amêijoas são moluscos que possuem uma concha dupla (bivalve) que envolve todo o organismo e o protege dos predadores. No arquipélago dos Açores ocorrem poucas espécies de amêijoas com interese pesqueiro. A única espécie comercialmente explorada é a vulgarmente conhecida por amêijoa-boa - Tapes decussatus -, que ocorre apenas na Ilha de São Jorge, mais precisamente na Lagoa da Fajã de Santo Cristo. Apesar de existir no continente (Algarve, Aveiro, etc.) em nenhum outro local atinge um tamanho tão grande como em São Jorge (mais de 8 cm).

Figura 7: Ameijoas apanhadas na Lagoa da Fajã de Santo Cristo (Ilha de São Jorge). Foto de: RS Santos © ImagDOP.

As amêijoas alimentam-se filtrando a água através das brânquias e retendo as partículas alimentares que se encontram em suspensão na água. Como vivem geralmente enterradas, necessitam de ter um sifão que atravesse o sedimento. A concha das amêijoas é bastante robusta e tem uma cor acastanhada, com umas bandas mais escuras. Os sexos estão separados e não é possível identificar cada um deles externamente. A reprodução ocorre no Verão, dando-se a fecundação na água livre, logo após a libertação dos óvulos e espermatozóides.

A exploração deste recurso é regulamentada pelas portarias n.º 63/89 (29 de Agosto) e n.º 23/92 (14 de Maio). As medidas adoptadas pelas mesmas são:

  • obrigatoriedade de todos os apanhadores possuírem uma "licença de apanha", efectuarem todas as descargas em lota e preencherem um "Diário de apanha";
  • período de defeso entre 15 Maio e 15 de Agosto;
  • tamanho mínimo de captura de 30 mm;
  • proibição de captura na zona-entre-marés;
  • a captura máxima permitida por apanhador licenciado é de 50 kg por mês;
  • utilização de ancinhos com um mínimo de 3 cm de distância entre dentes.

Em Cabo Verde também existe um excelente habitat para uma espécie endémica de bivalve no lugar de Baía de Nª Senhora da Luz, Ilha de Santiago, como já referimos. Mas por enquanto está abandonado e de momento são extraídas grandes quantidades de areia que acabará em breve com aquele eco sistema.


No início deste ano enviámos aos lideres dos grupos parlamentares uma chamada de atenção para tão importante problema ecológico e económico. Ninguém se importou com o assunto, talvez tivesse suscitado apenas um sorriso pelo significado popular da palavra caixinha. A única entidade que já manifestou preocupação até esta data foi a Câmara Municipal de S. Domingos, a quem deveria ser concedida aquela reserva e de quem esperamos empenhamento na salvaguarda e recuperação de tão valioso património natural.



domingo, 22 de abril de 2007

Sempre Bem Vindos

Obrigado, pela forma agradável e amistosa com que fomos recebidos no teu restaurante, aliás, o restaurante que apresenta a melhor comida da cidade da praia-cabo verde. Já consultamos o teu site e ficamos encantados. Até breve.

Paulo Jorge

Clientes e Amigos.
Estaremos sempre disponíveis e serão sempre bem vindos a Cabo Verde.

Volta Internet. Estás Perdoada.

Foi uma semana complicada para se aceder à Internet em Cabo Verde depois da avaria no cabo submarino. São os constrangimentos das modernas ferramentas de comunicação que complementados com os inúmeros cortes de energia eléctrica e a insularidade significam que é preciso conter esse deslumbramento um pouco infantil pelas “novas” tecnologias que emproam uma nova classe de entendidos na política e na gestão.

Basta apenas recuar 15 anos e deparamos com um país que não possuía um único computador no serviço público, nem telefones públicos porta sim porta não, nem fax na hora muito menos Internet, nem um telemóvel no avental de cada rabidante.

Por estes dias temos lido e ouvido muitos comentários de que “é inadmissível e incompreensível”, “incomportável para a economia” entre muitas frases, até houve alguém mais espertinho que referiu a ausência de um seguro a favor dos operadores, isto é, utilizadores da Internet.

Pois é, 15 anos passam depressa. Tão depressa que já ninguém se lembra como era a vida sem Internet. Nesse tempo Cabo Verde já era um País.

sábado, 14 de abril de 2007

A Outra Luta

De repente toda a gente se apercebeu que Cabo Verde é um importante e natural entreposto no comércio internacional do ouro branco. Até a comunidade internacional acordou de um longo sono e eis que rodopiam com promessas e concretização de apoio ao combate a que chamam de global só porque a coisa dói nas economias dos países desenvolvidos.

Há muitos anos que oiço abnegados polícias em declarações públicas pregarem no deserto sobre esta matéria. Pessoas que sempre disseram o que hoje se diz duma forma que parece uma descoberta de iluminados.

Ainda não ouvi alguém equacionar uma das razões por que Cabo Verde tem servido há longos anos de entreposto para esse negócio de morte e sofrimento: a condescendência moral da sociedade.

De certa forma há muito que a sociedade caboverdiana não se importa que o negócio se faça, lamentando apenas a má sorte dos criminosos. Daí que as polícias não têm sido levadas a sério e têm trabalhado na maior parte das vezes em péssimas condições profissionais.

Por via da pobreza a todos os níveis uma boa parte da sociedade representando todas as classes sociais acha que esse negócio é uma questão de sorte e não se coíbem nem se envergonham de ostentar os sinais exteriores de riqueza. O facto desse negócio matar e fazer sofrer milhões de pessoas não lhes toca, simplesmente porque a própria sociedade é moralmente condescendente com esta atitude.

É preciso acompanhar o inegável desenvolvimento actual do país com a cultura de certos princípios. As polícias, a comunicação social, os professores, os encarregados de educação, enfim todos nós temos que incluir esta matéria na educação das crianças: há coisas que não devemos fazer só porque é ilegal mas porque mata e faz sofrer outras pessoas. O combate também é pela dignidade e moral colectivas, pelo respeito que os outros merecem.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Aquarela - Toquinho

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Plantas Milagrosas.

Plantas e ervas que não curam mas temperam e aliviam. Algumas até o espírito e a má sorte diz a crendice popular. Seja como for mal não fazem. Deliciosos chás e finos aromas capazes de abrir fechados apetites ou mesmo espantarem perigosos mosquitos, podemos encontrar de tudo nesta banca de paragem obrigatória no nosso mercado: chadi, endro, lorna, agrião, hortelã, chá rubera, erva doce, alecrim, arruda, abacate, eucalipto, gengibre, aipo rocha, funcho, malva, mentolato, pinha babosa, azeite purga, óleo eucalipto, pedra lúmen, mostarda, aniz, descontra, cinza cara, carvão pedra, aviolão, e outras.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Energias Renováveis

Ontem no telejornal da TCV falou um administrador de uma empresa de produção de energia denominada ERCV (Energias Renováveis de Cabo Verde) que referiu dificuldades importantes no desenvolvimento da actividade daquela empresa.

Fiquei um pouco confuso porque essas dificuldades não deveriam existir depois do governo ter tomado importantes medidas para a produção de energias renováveis. Mas fiquei ainda mais confuso com a denominação da empresa e a sua actividade presente: a empresa produz energia a partir de combustível fóssil, isto é, a energia não é renovável e tal como a sua congénere Electra emite CO2. Não é que não o possa fazer, mas Energias Renováveis significam outras energias que não sejam responsáveis pela emissão de CO2. Talvez fosse melhor mudar para a actividade relacionada com a denominação ou então mudar a denominação. Sem ofensa, o significado das palavras é muito importante sobretudo quando as crianças nos fazem perguntas.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Uma Bela Despedida.



segunda-feira, 9 de abril de 2007

Sensibilizar Como Desculpa.

Sábado foi dia de efeméride. Dia mundial da saúde.

A Televisão de Cabo Verde organizou um encontro com vários responsáveis pela saúde pública.

A jornalista de serviço esteve muito bem. Sem quebras nem falhas e oportuna ao contrário do suporte técnico que falhou mil vezes. Não se desculpa mas compreende-se. Melhores dias hão-de vir. Apesar de tudo foi um bom trabalho da TCV.

Os técnicos convidados a responder às perguntas que mais os incomodam, justificaram sempre os seus lugares e responsabilidades na actual Administração com a culpa dos outros. Este costume de responder não é grave, mas está gasto.

O que parece grave é que, eles os responsáveis, não reivindicam Leis mas campanhas de sensibilização. Estranha maneira de lidar com a saúde pública.

Por exemplo, o responsável pela fiscalização das importações suplicou aos empresários estrangeiros para não mandarem para cá produtos duvidosos. Parvoíce, mas o apelo foi sincero. Aqui, é terra de pobres sem lei nem bom gosto para alguns atrasados mentais. Para eles, este mercado é ainda uma boa maneira de se aliviarem das suas próprias incompetências e incapacidade empresarial no convencimento de que a esperteza de ocasião é uma virtude. Por isso os responsáveis que estiveram presentes sábado naquele programa deveriam ter o direito e a obrigação legal de poder apresentar queixa contra os exportadores nos tribunais dos países onde foram expedidas essas mercadorias impróprias para consumo humano. Assim as burlas desses empresários só aconteceriam uma vez. Porque em democracia a Justiça pode ser lenta mas mesmo assim funciona e não há outra maneira de se resolver os problemas.

Lei, Lei e sempre a Lei e mais Lei e só depois a sensibilização. Porque a Lei por si só já é uma sensibilização.

Não se pode vender comida na rua e pronto, não se pode! É proibido pela saúde de todos. Alguém tem que impedir este costume.

Não se pode vender carne e peixe sem inspecção nem condições, não se pode! É proibido pela saúde de todos. Alguém tem que impedir este costume.

Não se pode importar óleo martelado, não se pode! É proibido pela saúde de todos.

Pela saúde de todos, primeiro a Lei depois a sensibilização.

Acabemos de vez com um certo paternalismo, padrinho dos coitados. Primeiro a Lei e sempre a Lei e depois… depois sensibilize-se os coitados.

sábado, 7 de abril de 2007

Há Sempre Alguém...

Esta referência de Marilene Pereira sobre o excelente trabalho do historiador António Correia e Silva dá que pensar.

Ainda hoje há ilustres, digníssimas e mui cultas pessoas que pensam que os humanos se dividem e subdividem em raças. Outras ainda não aceitam que este nosso único filo, o Homo sapiens sapiens começou a sua viagem pelo sistema solar em África por mero acaso, remota e improvável coincidência.

Foi uma surpreendente e maravilhosa sorte, a nossa.

Centenas de milhar de anos nos separam do início dessa viagem com conquistas e tragédias que, por inúmeras vezes, quase nos extinguíam para sempre.

Da maior parte desse tempo não temos memória, nem vestígios. Apenas indícios que a ciência caprichosamente cola em frágeis puzzles sempre incompletos e discutíveis. O mesmo não se pode dizer do tempo recente em que a memória está mais viva por se encontrarem documentos, objectos e histórias contadas.

Estes homens e mulheres, Julangue, ultrajados por um sistema económico e político, que parecia perfeito na época e uma condição social forçada do interior do continente, disseram NÃO.

Estes são uma boa parte dos antepassados directos da maioria das pessoas que passeiam pelos corredores dos ministérios do poder de hoje. Das que povoam ruas, praças e restaurantes das nossas cidades. De Meritíssimos Juízes, competentes técnicos, convencidos artistas, badios e sampajudos. De mulatas e negras rabidantes. De pessoas que emigram para os cinco continentes do planeta. Das que não aceitam outra ascendência que não seja a de pele branca, com um orgulho que por vezes roça o bacoco e o ridículo.

Enfim, estes Julangue são na verdade, e em grande parte, os avós deste povo. Os seus genes proliferaram por estas ilhas, são inconfundíveis, estão presentes e gravados para sempre nesta nossa viagem colectiva. Genes que vêm de outros tempos e lugares ainda mais longínquos e admiráveis.

Apetece pôr mão na Antropologia, na Arqueologia, na História e noutras ciências e viajar até esse passado recente para dignificar e tocar nessas pessoas que disseram NÃO.

Porque

Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Pieta

Pieta (Paula Rego)



quinta-feira, 5 de abril de 2007

Pollicipes, pollicipes


O percebe, que quase todos conhecem por via gastronómica, é uma espécie notável, adaptada às difícieis condições físicas e biológicas das bases das falésias e rochedos, exposto à rebentação e às correntes marinhas da costa rochosa.
É um crustáceo muito saboroso quando cozido em água do mar. De simples confecção a sua apanha é no entanto muito difícil e perigosa. Um molho feito com sumo de limão e piri-piri acentua-lhe as características e apela à presença de cerveja ou vinhos branco e verde como acompanhamento. Para além do prazer que dá é uma óptima justificação para uma boa cavaqueira.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Estão em Casa

Não é a primeira vez que vêm das ilhas dos Corte Real para as de Eugénio Tavares, pois razões de amor não faltam.

Um almoço com sabores da terra, caixinhas e percebes, do melhor que a natureza nos pode dar, temperadas com mil palavras saborosas à boa maneira dos Ilhéus que se prezam.

Depois esteve uma bela tarde de toiros até ao Tarrafal, sem toiro mas com a saudade que é a mesma coisa.

Por que os ilhéus escrevem assim:

Se é pam vivê na es mal
De ca tem
Quem que q’rem,
Ma’n q’re morre sem luz
Na nha cruz,
Na es dor
De dâ nha bida
Na martírio de amor!

E tocam assim:



terça-feira, 3 de abril de 2007

Património Histórico... e Natural.

Pelo menos por duas vezes, as que eu vi no horário que posso, a RTP África transmitiu uma pequena reportagem mostrando o lugar de Baía de Nª Senhora da Luz, a que chamaram de Alcatras, onde realçou o abandono e a destruição em que se encontra a ermida construída aquando da elevação daquele lugar a uma das duas primeiras capitanias após a chegada dos portugueses a estas paragens. Na entrevista o sacerdote queixa-se com sinceridade, e bem, do estado de degradação da ermida e dos esforços feitos para a recuperar.

Não se entende nem o abandono nem a “queixa” uma vez que o monumento é propriedade da Igreja Católica e esta realizou até obras (construção de um telheiro anexo em blocos) para a celebração da Eucaristia em dias de cerimónia religiosa.

Ficamos com a sensação de que a Diocese aguarda que o Estado, ou melhor, todos os contribuintes paguem as obras de restauro da ermida.

Em boa verdade o único responsável pelo estado de degradação e abandono daquela ermida é a Diocese. Este é um comportamento vulgar da Igreja Católica em muitos lugares: deixar degradar e pensar que pelo facto dos monumentos serem património cultural de todos passar para o Estado a responsabilidade da preservação de tais monumentos à custa do erário público.

Eu não me importo de contribuir para a reconstrução arqueológica daquela ermida e posterior reabertura ao culto religioso e o Estado também não se importará com certeza, mas é à Diocese quem compete a iniciativa, a responsabilidade e a obrigação de reconstruir, preservar e estimar tão importante referência histórica para todos nós.

Sobre o valioso e riquíssimo património natural, já aqui referido, daquele lugar em contraste com a pobreza dos seus habitantes nem uma única palavra. Talvez nem a RTP África nem a Diocese se tenham apercebido ainda do real valor e importância presente da Baía de Nª Senhora da Luz. A tutela? Também não. Por enquanto só os negociantes de areia estão atentos.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Dança das Fitas





Haja saúde e uma boa semana de trabalho para todos.

domingo, 1 de abril de 2007

Não é Peta.

Ao fim de três meses a ZAP parece ter acertado. A transmissão está regular, sem falhas e com excelente imagem e som. Ainda bem para a CVMultimédia e para nós . Falta apenas resolver uma parte muito importante: disponibilizar um ou dois bons canais infantis. Não parece mas as crianças talvez sejam a maioria das audiências sem necessitarem de futebol e telenovelas. É que por estas ilhas só se lembram das crianças para as utilizar em desfiles de rua por causas que elas nem sabem o que significam, um antigo costumo folclórico.