segunda-feira, 25 de maio de 2009

Requiscat In Pace.

“A verdade é que o solo guineense e o povo da Guiné estão cansados. A violência não é algo a que se habitua. Parafraseando o oportuno e veemente apelo dos “Tabanka Jazz”: “Nim qui praga, nim qui malfêto, I Tchiga djâ” (Ainda que seja praga, mesmo que seja bruxaria, já chega! Basta!).
Sim, basta! É preciso fechar definitivamente o ciclo. É preciso dar lugar a uma nova geração de políticos, totalmente descomprometidos e libertos das síndromes da Luta pela Independência. Uma geração cujos direitos e deveres se equilibram e igualam-se aos de qualquer outro cidadão. Uma geração cujo mérito está no seu saber, na sua dedicação, na sua honestidade, na sua real inserção nos novos paradigmas e não no seu passado de combatente por mais glorioso que tenha sido. Uma geração que saiba o que é, e respeite, o estado de direito democrático. Os tempos de há muito que são outros. E é preciso compreender, interpretar e materializar os seus sinais.”

Este brilhante texto de A. Ferreira (disponível para download na textbox do template neste blogue) propõe com eloquência e oportunidade que falemos do futuro. Também do futuro de Cabo Verde, digo eu. Em tempo de parcerias por tudo e por nada, soou o tempo da profícua e desejada parceria com a Grande Guiné. Uma parceria global. Mas, como lembra A. Ferreira “é preciso dar lugar a uma nova geração de políticos” na Guiné mas, digo eu também, em Cabo Verde. Os dois povos precisam dessa nova geração que já caminha, para activar um mundo de imensas e novas oportunidades que a Guiné e Cabo Verde podem criar juntos em tudo o que é sector económico: agricultura, pesca tradicional, aquacultura, pequena indústria, serviços e tecnologias web, administração, energia, obras públicas e tantas outras. O mito de que a diversidade cultural e étnica dos povos são limitações que só conduzem à violência não passa mesmo de um mito batido por demais na bigorna de uma velha cultura ultrapassada e ignorante.
Abrir as fronteiras, os corações e a economia transformando estes dois espaços num importante bypass para um conceito mais equilibrado de globalização e por isso de progresso é o que, tenho a certeza, sabe muito bem fazer a emergente nova geração de políticos e quadros técnicos na Guiné e em Cabo Verde: a cultura do saber e do conhecimento. Com este contributo de A. Ferreira parece que o clique da iniciativa já foi dado. Fazia falta!

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