Coisas Sem Interesse
Podemos por enquanto registar a escrita, a imagem, o objecto, o som. Mas o odor, o sentimento, a emoção e o tempo não. Essas são coisas só nossas que desaparecem connosco. Podemos tentar descreve-las mas não conseguimos dar-lhes uma interpretação ou uma “imagem”. São como um universo imperceptível para os outros apesar de muito próximo dos seus próprios universos. É o mundo que herdamos desde que nascemos até ao último instante. Só nosso. Uma experiência única.
Com esta pasta de couro que o meu pai fez, fui pela primeira vez à escola. Dentro dela a minha mãe colocou uma ardósia, “pedra”, um frasquinho de vidro com água, um pedacinho de esponja, um lápis de grafite, uma borracha vermelha e um caderno de duas linhas. As primeiras ferramentas que moldaram a minha vida.
Extrenato na Ilha de Santa Maria, Açores - 1965. A Escola tinha o espaço e o tempo de sonhar.
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