quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quem Pergunta Não Ofende.


“ (…) Ainda de acordo com o MNECC, o diálogo politico-diplomático em curso com vista a formação de uma nova agenda, com um «pipeline» de empréstimos e projectos de investimento no valor aproximado de 240 milhões de dólares americanos, onde se destacam a cosntrução de habitação social nas ilhas de Santiago, S. Vicente, Boa Vista, Maio e Sal, financiado em cerca de 100 milhões de dólares.
Da mesma carteira de projectos fazem parte a Cimenteira de S. Cruz (65 milhões USD), a reabilitação dos estaleiros da CABNAVE (entre 60 a 65 milhões USD) e a Re-organização e Renovação da Central Eléctrica (10 milhões USD)”.

É muito dinheiro duma assentada. Quem pagará estes “empréstimos e projectos”? Não se diz, alguém há-de pagar.
Construção de habitação social? Mas em Cabo Verde já existe habitação social mais que suficiente. Todos os bairros periféricos às cidades são habitações sociais. Construir ainda mais? Ou quem sabe seria melhor requalificar e humanizar as que existem? É que “construir habitação social” já não se usa, o que parece menos “problemático” é conceder crédito nem que seja a juro zero para cada um construir a sua.
Cimenteira? Para que quer Cabo Verde uma cimenteira? Para exportar cimento? Produzir mais barato do que o cimento produzido no outro lado do mundo só se for mesmo subsidiado. Quem pagará os custos ambientais? Os chineses? Só se for em intenção.
Reabilitação dos estaleiros da CABNAVE? Para quê? Para dar assistência aos 100 palangreiros chineses autorizados a passar a pente fino a ZEE cabo-verdiana, ou seja, o equivalente a 12% da área marítima de pesca na China? Acordo de ouro para os chineses que têm sido corridos de todos os mares do mundo por práticas de pesca nefastas ao ambiente e à biodiversidade e que finalmente encontraram um oásis mesmo a meio do Atlântico Norte.
Reorganização e Renovação da Central Eléctrica? Mas então não era para se fazer uma central única e a renovação da rede?
E já agora, o Parlamento (o País) não discute as opções e os termos desses “interesses comuns”?
Ou muito me engano ou o que vai funcionar muito bem já, já e a todo o vapor, é a CABNAVE. O Império do Meio tem muitas bocas a alimentar agora, mesmo que isso signifique a nossa maior pobreza no futuro.

2 comentários:

Amílcar Tavares disse...

Por mim, o dinheiro da cimenteira iria todo para a requalificação eléctica! Então não é?

mrvadaz disse...

E para quando as apostas em energias renováveis?? Vamos continuar a bater na mesma tecla? Este é o nosso CV, até quando?