quarta-feira, 16 de maio de 2007

Mudar o Rumo das Pescas

Na minha opinião essa pretensão do Executivo não é boa para Cabo Verde.

Já se sabe que a velha concepção de pescas baseada na caça e recolecção está fora de moda e da razão por ser nociva para a natureza e feita com o suporte de muitos barcos pesqueiros (a frota) superlotados de pescadores, muitas estruturas em terra, um mercado negociado pelo governo à luz de muitos acordos e protocolos sob a forma de um organismo também ele povoado de funcionários.

Tudo isto já se fez e o resultado é cada vez menor no sector com o consequente estrago nos eco sistemas marinhos. Não vale a pena insistir. É preciso mudar o rumo das pescas.

Eu percebo e aceito que o Executivo esteja preocupado com o destino a dar às dezenas de estruturas que em terra agora praticamente não servem para nada. Mas por isso não é necessário propor a continuação da delapidação dos nossos recursos marinhos de uma plataforma continental estimada em 7.659 km2, uma ZEE que cobre 734.262 km2 e um litoral de 2.000 km.

O mar é um recurso presente e futuro muito valioso para ser negociado pela suposta rentabilização de umas quantas estruturas de apoio à pesca muitas delas feitas mais a pensar no efeito político e menos na produtividade.

Cabo Verde tem uma posição geo-estratégica invejável no sentido de fazer parte do tal eixo atlântico de segurança, é verdade. Também o turismo cresce a olhos vistos, animando a economia, é verdade. Mas é preciso, é urgente, que não olhemos para o ar quando se fala do Mar.

No futuro, não muito longínquo, o Mar será o maior e mais importante dos recursos de Cabo Verde dada a enorme importância que terá na contribuição para a alimentação mundial.

Cabo Verde está no sítio certo e no tempo certo para se rever no Mar e preparar o futuro no sector das pescas: a Aquacultura.