terça-feira, 15 de maio de 2007

Musica





Muita gente designa por Idade das Trevas os mil e muitos anos que se seguiram à queda do Império Romano, o maior de sempre de todos os Impérios.
Num certo sentido é verdade, mas não o foi de todo. No tumulto e ruído da barbárie que se lhe seguiu fizeram-se descobertas científicas de relevo e deu-se expressão ao antiquíssimo sentimento humano de ordem através arte e da música.
A arte e a música sacra no seu elogio ao divino e à mística religiosa foi, podemos afirmá-lo, também, uma resistência à barbárie dos tempos que se seguiram à queda do imenso Império Romano.
Para mim a expressão musical mais significativa dessa resistência é o Gregoriano.
Como ainda hoje persistem resquícios dessa barbárie que denominamos por Idade das Trevas é sempre bom ouvir cantar um ensemble destes sem se ser apedrejado.
Esses momentos lembram-nos que afinal nem tudo está perdido.
Ontem o Convento de São Francisco na Cidade Velha encheu-se de pessoas e de música sacra interpretada na perfeição pelos The Hilliard Ensemble.