quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Spreransa


Sempre que o poder muda de mãos mudam as modas musicais e as tertúlias de artistas e letrados. Nada de mal nisso. O sustento para a difusão dessas manifestações de cultura tem inevitavelmente que contar com os subsídios em dinheiro do poder para que pareça um movimento. O Batuque é muito antigo e as suas raízes atravessam o mar para leste. Mas nunca como nos últimos anos houve uma proliferação tão grande de grupos transformando essa expressão popular em folclore com as suas hierarquias e até contabilidade, de resto como aconteceu em toda a parte. O poder precisa de ilustrações e até criou um ministério para esse efeito.
Também nada de mal nisso se tivermos em conta a sinceridade com o Ministro da Cultura fala mesmo em “indústria”. Essa indústria a que se refere o ministro pode estragar muita coisa mas também pode despertar outras coisas interessantes. No caso do Batuque e do Funaná pode despertar a atenção dos compositores populares e eruditos, fazendo moldar as composições para uma estética mais elaborada, criativa e bela. Estas formas musicais que são Festa do Povo prestam-se por natureza da própria criatividade popular a belas e harmoniosas composições. Por isso, compositores precisam-se!

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