Leituras
A sociedade que se convencer estar segura e livre de entrar num processo de autodestruição até à extinção engana-se, mesmo usufruindo de tecnologia, mesmo tendo do seu lado apenas amigos e nenhum inimigo, mesmo que aparentemente não dependa de ninguém e viva em absoluto isolamento está em perigo permanente se não conhecer e gerir muito bem os seus recursos naturais por pouco que os tenha.
Como explica o cientista, a pessoa que cortou a ultima palmeira na Ilha da Páscoa não tinha memória de como era a ilha antes de ter nascido, nem os Vikings que se instalaram no lugar a que chamaram “terra verde” Gronelândia poderiam saber que a terra que viam era apenas parecida com aquela que tinham deixado na Europa de então e por isso não suportaria o mesmo modo de vida e costumes, nem os Anasazi puderam desconfiar que uma das cíclicas alterações climáticas que não sabiam existir os ajudaria a uma trágica extinção.
São tantos os exemplos que, com inteligência e autoridade científica, Jared Diamond descreve demonstrando-nos sempre que ao longo da história humana os colapsos de sociedades e civilizações tiveram origem na associação de muitos factores e fenómenos, mas em todas as tragédias esteve sempre presente uma má utilização ou a sobre exploração dos recursos naturais disponíveis.
Hoje parece que nada nos relaciona com os Maias, os Vikings ou os habitantes da Ilha da Páscoa, mas não é verdade. Olhamos um pouco confusos para o Haiti ou para o Ruanda cuja justificação para o genocídio de mais de um milhão de pessoas em poucos dias dizem ter sido de origem étnica. Na verdade as diferenças étnicas foram parte do problema mas a parte menos importante, muito menos importante do que problemas ecológicos, ambientais e a sobre exploração da terra.
Continuamos hoje a sobre explorar globalmente recursos e a cometer muitos dos mesmos erros que os habitantes da Ilha da Páscoa cometeram. Duvido que não tenhamos que arcar com graves responsabilidades e problemas num futuro próximo, mas tenho também a certeza que o movimento para que se mude muita da nossa atitude para com o planeta e a nossa sobrevivência futura é crescente e colossal nos últimos 50 anos como nunca o foi nos séculos que antecederam a nossa existência.
Não é preciso que, por exemplo, aqui em Cabo Verde gritemos pela Amazónia ou a desflorestação no Haiti. Basta que olhemos para os nossos recursos marinhos como coisa valiosa para a sobrevivência dos cabo-verdianos e não deixar que os governos negoceiem esse bem precioso com potências predadoras como a China a troco de umas obras públicas. Basta que olhemos a agricultura e a silvicultura com tanto empenho e importância como se olha para as novas tecnologias ou para o atabalhoado turismo. Basta que guardemos ciosamente a chuva que cai do céu todos os anos e que pensemos no futuro.
Neste livro, Jared Diamonde conta-nos histórias e dá-nos pistas para que possamos reflectir e evitar erros que nos podem tornar, de repente, mais pobres e vulneráveis. Ainda é possível legar às gerações vindouras um mundo melhor e mais seguro. Cabo Verde não se pode distrair ou descartar responsabilidades com a velha morna “nus é piquinote, nus é coitado”.
Como explica o cientista, a pessoa que cortou a ultima palmeira na Ilha da Páscoa não tinha memória de como era a ilha antes de ter nascido, nem os Vikings que se instalaram no lugar a que chamaram “terra verde” Gronelândia poderiam saber que a terra que viam era apenas parecida com aquela que tinham deixado na Europa de então e por isso não suportaria o mesmo modo de vida e costumes, nem os Anasazi puderam desconfiar que uma das cíclicas alterações climáticas que não sabiam existir os ajudaria a uma trágica extinção.
São tantos os exemplos que, com inteligência e autoridade científica, Jared Diamond descreve demonstrando-nos sempre que ao longo da história humana os colapsos de sociedades e civilizações tiveram origem na associação de muitos factores e fenómenos, mas em todas as tragédias esteve sempre presente uma má utilização ou a sobre exploração dos recursos naturais disponíveis.
Hoje parece que nada nos relaciona com os Maias, os Vikings ou os habitantes da Ilha da Páscoa, mas não é verdade. Olhamos um pouco confusos para o Haiti ou para o Ruanda cuja justificação para o genocídio de mais de um milhão de pessoas em poucos dias dizem ter sido de origem étnica. Na verdade as diferenças étnicas foram parte do problema mas a parte menos importante, muito menos importante do que problemas ecológicos, ambientais e a sobre exploração da terra.
Continuamos hoje a sobre explorar globalmente recursos e a cometer muitos dos mesmos erros que os habitantes da Ilha da Páscoa cometeram. Duvido que não tenhamos que arcar com graves responsabilidades e problemas num futuro próximo, mas tenho também a certeza que o movimento para que se mude muita da nossa atitude para com o planeta e a nossa sobrevivência futura é crescente e colossal nos últimos 50 anos como nunca o foi nos séculos que antecederam a nossa existência.
Não é preciso que, por exemplo, aqui em Cabo Verde gritemos pela Amazónia ou a desflorestação no Haiti. Basta que olhemos para os nossos recursos marinhos como coisa valiosa para a sobrevivência dos cabo-verdianos e não deixar que os governos negoceiem esse bem precioso com potências predadoras como a China a troco de umas obras públicas. Basta que olhemos a agricultura e a silvicultura com tanto empenho e importância como se olha para as novas tecnologias ou para o atabalhoado turismo. Basta que guardemos ciosamente a chuva que cai do céu todos os anos e que pensemos no futuro.
Neste livro, Jared Diamonde conta-nos histórias e dá-nos pistas para que possamos reflectir e evitar erros que nos podem tornar, de repente, mais pobres e vulneráveis. Ainda é possível legar às gerações vindouras um mundo melhor e mais seguro. Cabo Verde não se pode distrair ou descartar responsabilidades com a velha morna “nus é piquinote, nus é coitado”.